O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu nesta quinta-feira (13), no Palácio do Planalto, ministros que já foram governadores para debater estratégias em segurança pública.
O encontro aconteceu um dia após o adiamento da análise do Projeto de Lei Antifacção na Câmara dos Deputados.
Dos nove ministros presentes, seis têm experiência direta com segurança pública em seus governos estaduais: Rui Costa, Waldez Góes, Renan Filho, Camilo Santana, Geraldo Alckmin e Wellington Dias.
A iniciativa visou colher avaliações técnicas e políticas desses gestores para alinhar ações do Executivo federal no combate à insegurança.
Um ministro presente destacou a necessidade urgente de construir um discurso claro e ações efetivas para enfrentar a crescente violência: “É preciso saber o que fazer para resolver o problema da insegurança e montar um discurso. O assunto tem gerado muito engajamento”.
Após a reunião, a ministra Gleisi Hoffmann afirmou que Lula solicitou empenho à sua equipe para sensibilizar o Congresso na aprovação de projetos estratégicos, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que visa integrar institucionalmente as forças federais, estaduais e municipais. “Foi uma reunião muito interessante e produtiva porque os nossos ministros e ex-governadores reiteraram a importância da aprovação desses marcos legais”, declarou Gleisi.
A ministra destacou que, apesar da resistência de alguns governadores, os ex-governadores presentes defenderam que muitas operações conjuntas já ocorrem na prática, porém ainda sem previsão constitucional, o que torna a integração dependente da “vontade política momentânea”. “Eu acho que a gente tem que constitucionalizar”, enfatizou.
O governo permanece preocupado com o relatório do deputado Guilherme Derrite sobre o projeto antifacção, cuja versão apresentada recentemente não contempla pontos essenciais para o Planalto, como a criação do tipo penal “facção criminosa”, a recomposição dos fundos da Polícia Federal e a previsão de perdimento extraordinário de bens.
Esse movimento ocorre em meio ao avanço da articulação de governadores alinhados à extrema-direita, que conseguiram adiar a votação do projeto ao se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Contexto e Implicações Políticas
A reunião indicou a busca do presidente Lula por maior unidade política e técnica no enfrentamento da violência, alinhando propostas e reforçando a articulação para aprovação das propostas no Congresso, visando superar resistências e fortalecer a segurança pública no país.
