Ditadura no Brasil?

Médico e advogados visitam Bolsonaro antes da audiência de custódia

Superintendência da PF registra movimentação de aliados enquanto defesa acompanha o ex-presidente detido em Brasília

Vanessa Neves
Vanessa Neves
Vanessa Neves é Jornalista, editora e analista de mídias sociais do Diário Carioca. Criadora de conteúdo, editora de imagens e editora de política.
© Valter Campanato/Agência Brasil

Um médico e três advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro estiveram na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, na manhã deste domingo (23), pouco antes da audiência virtual de custódia. Os profissionais chegaram em silêncio e não conversaram com a imprensa que permanece em plantão no local.

Bolsonaro foi detido no sábado (22), por volta das 6h30, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão levou em conta a suspeita de tentativa de fuga e a violação da tornozeleira eletrônica, que motivou o pedido da Polícia Federal para que a prisão domiciliar fosse substituída por custódia na sede da corporação.

Após ser conduzido à PF, Bolsonaro passou por exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística. O laudo não registrou queixas ou anormalidades, e o ex-presidente aparentava estar em condições estáveis, acompanhado por seu advogado durante o procedimento. Desde então, permanece em regime de prisão preventiva.

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Apoiadores enfrentam chuva e se concentram na PF

Nas primeiras horas da manhã, cerca de vinte apoiadores se reuniram diante da portaria principal da Superintendência, mesmo sob chuva intermitente, pedindo a libertação de Bolsonaro. Empunhando bandeiras do Brasil, eles exibiam uma faixa incentivando motoristas a buzinar contra a detenção do ex-presidente.

O aposentado Marcos Moreno de Oliveira, filho de militar da reserva, afirmou acreditar que a prisão foi “arquitetada”. Segundo ele, não haveria possibilidade de fuga, uma vez que a casa de Bolsonaro era monitorada judicialmente. Ele relatou que passou pelo local para observar a movimentação e demonstrar apoio.

Ao lado dele, a aposentada Sandra Reis estava acompanhada de uma amiga e de seu animal de estimação. Para ela, Bolsonaro foi detido de forma injusta. Sobre a violação da tornozeleira, disse acreditar que o ex-presidente buscava “um pouco de liberdade” pela sensação incômoda do equipamento, ainda que reconhecesse não ser correto tentar retirá-lo.

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A movimentação também atraiu comerciantes informais. Luiz Silva, vendedor ambulante, levou bebidas para oferecer aos manifestantes, embora tenha dito que o fluxo estava abaixo do esperado e evitado comentar sobre o caso.

Entenda o caso da prisão de Bolsonaro

A prisão preventiva ocorreu após a Polícia Federal solicitar ao STF a conversão da prisão domiciliar, em razão de danos provocados por Bolsonaro à tornozeleira eletrônica. De acordo com relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, o ex-presidente utilizou um ferro de solda no equipamento, danificando parte da estrutura. O documento foi encaminhado ao Supremo com um vídeo no qual Bolsonaro admite ter usado o objeto por “curiosidade”.

A medida cautelar não corresponde à execução da pena de 27 anos e três meses à qual Bolsonaro foi condenado por organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e tentativa de golpe de Estado. A prisão atual se refere exclusivamente ao risco de fuga.

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Bolsonaro está acomodado em uma sala de 12 metros quadrados, equipada com cama, ar-condicionado, banheiro e televisão, enquanto aguarda a audiência de custódia.

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