Justiça

Moraes manda suspender inquérito sobre retirada de corpos após chacina no Rio

Ministro do STF ordena suspensão de investigação da Polícia Civil do Rio que apurava famílias por retirada de cadáveres após operação policial letal.

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Alexandre de Moraes e Cláudio Castro - Foto: divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (10) a suspensão imediata do inquérito aberto pela Polícia Civil do Rio que investigava moradores responsáveis pela retirada de corpos na mata após a operação policial mais letal da história do país.

A decisão de Moraes foi motivada por indícios de abuso e irregularidades nas investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que estavam focadas em famílias e moradores que retiraram cerca de 70 corpos de áreas de mata densa após a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, deixando mais de 100 mortos, incluindo quatro policiais.

O delegado responsável pelo inquérito tem 48 horas para prestar esclarecimentos ao STF. A Polícia Civil ainda não se manifestou oficialmente sobre o despacho. Relatos indicam que, durante a operação, o acesso das equipes médicas e funerárias foi bloqueado, o que teria motivado a ação direta de moradores para resgatar os corpos.

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Após a operação, o chefe da Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, declarou que as famílias poderiam responder por “fraude processual”, alegando que a retirada dos cadáveres teria alterado a cena do crime. Essa postura gerou críticas de organizações de direitos humanos, que questionaram a condução da operação e o tratamento às vítimas.

Além da suspensão do inquérito, Moraes ordenou que o governo estadual preserve todas as imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos na operação. A administração do governador Cláudio Castro deve enviar cópias dos laudos necroscópicos e relatórios de inteligência que fundamentaram a ação, que teve como alvo 51 suspeitos com mandados de prisão.

O Tribunal de Justiça do Rio terá que fornecer a lista completa das pessoas presas durante a operação, detalhando quais eram os alvos dos mandados e quais foram detidos sem esse enquadramento. Moraes também acionou a Defensoria Pública do Estado para verificar se as famílias das vítimas estão com acesso integral às provas e estão recebendo o devido suporte jurídico e psicológico.

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Contexto da Operação e Consequências

  • Operação Contenção: maior ação policial letal da história do Rio, com cerca de 121 mortes.
  • Cerca de 70 corpos foram retirados por moradores em áreas de mata.
  • Investigação sobre retirada dos corpos foi suspensa por suspeitas de abuso.
  • Polícia Civil e governo do RJ providenciam informações solicitadas pelo STF.
  • Direitos humanos contestam condução da operação e tratamento das vítimas.
  • Defensoria Pública acompanha situação das famílias das vítimas.

Essa decisão do Supremo reforça a necessidade de controle rigoroso das ações policiais e a proteção aos direitos das comunidades afetadas, diante da gravidade dos acontecimentos.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.