O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já tem um destino em mente caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja condenado no julgamento da trama golpista. A ideia é que ele cumpra pena em uma cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde seria instalada uma área exclusiva para réus do inquérito.
Julgamento decisivo
O julgamento começa no dia 2 de setembro, na Primeira Turma do STF, e deve se estender até o dia 12. Além da definição sobre a condenação ou absolvição, os ministros devem estabelecer o regime inicial de cumprimento da pena.
Nos bastidores, chegou a ser cogitada a possibilidade de Bolsonaro cumprir pena em uma unidade militar — por ser oficial da reserva — ou em uma sala da superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Mas essas hipóteses perderam força.
Fontes próximas a Moraes afirmam que o ministro sinalizou preferência pela Papuda, em cela especial, para garantir segurança e cumprimento das normas legais.
“Ala golpista”
A estratégia do STF prevê reunir os condenados no mesmo setor da penitenciária, que já vem sendo chamado de “ala golpista”. Um ministro próximo ao relator foi categórico:
“Só um milagre ou uma crise grave de saúde tiram Bolsonaro da Papuda após o julgamento definitivo.”
Prisão domiciliar provisória
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto. Embora não tenha sido formalizada como preventiva, a decisão funciona na prática como tal. Desde então, ele só deixou a residência uma vez, para exames médicos.
Segundo integrantes da cúpula da PF, a sala da superintendência só seria utilizada em caso de prisão preventiva decretada antes do julgamento — o que não deve ocorrer.

