Cerco

Moraes quer parecer da PGR sobre reforço policial na casa de Bolsonaro

Ministro do STF determina prazo de cinco dias para análise da PGR sobre pedido da PF que aponta risco de fuga do ex-presidente

Evaristo de Paula
Evaristo De Paula
Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação
Alexandre de Moraes e Paulo Gonet - Foto: AGência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em até cinco dias sobre o pedido de reforço policial na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentado pela Polícia Federal (PF). O documento foi solicitado pelo deputado Lindbergh Farias e alerta para risco de fuga do ex-mandatário.


Pedido formal da PF detalha medidas de segurança

No ofício assinado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a corporação recomenda “reforço urgente e imediato do policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial de Jair Messias Bolsonaro, além da manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico, assegurando a eficácia da medida cautelar”.

A PF aponta que há informações de órgãos institucionais sobre a possibilidade de Bolsonaro tentar se evadir para a Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de dez minutos de sua casa em Brasília. Segundo o documento, “tal circunstância poderia frustrar o cumprimento da ordem judicial e comprometer a aplicação da lei penal”.

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Prisão domiciliar e controle judicial

Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e utiliza tornozeleira eletrônica. Ele só pode receber visitas autorizadas pela Justiça, com exceção de advogados e familiares diretos. O reforço de vigilância busca ampliar o controle das medidas impostas pelo STF, garantindo maior monitoramento da situação.


Contexto da ação penal e julgamento

O pedido da PF integra a ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, processo que envolve Bolsonaro e outros sete acusados. O julgamento ocorrerá na Primeira Turma do STF a partir de 2 de setembro, com sessões que podem se estender até meados do mês.

Investigadores tratam como risco concreto a possibilidade de Bolsonaro buscar asilo em embaixada estrangeira, dada a proximidade da representação diplomática e a gravidade das acusações. A hipótese foi levantada por parlamentares governistas e formalizada por Lindbergh Farias.

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Próximos passos e análise da PGR

O despacho de Moraes não antecipa decisão sobre o mérito do pedido, apenas encaminha à PGR, que deverá se posicionar sobre a necessidade de reforço policial. Caso o órgão concorde, a medida pode ser implementada imediatamente.

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Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação