Washington – Grupos de apoiadores do ex-presidente Donald Trump têm usado o Telegram para organizar a presença de fiscais eleitorais em áreas com predominância de eleitores democratas. Postagens nesses canais indicam teorias de que qualquer resultado eleitoral diferente da vitória de Trump seria uma fraude. Em algumas mensagens, há imagens de pessoas armadas que defendem “seus direitos” e incentivam outros a aderir à causa.
O grupo extremista Proud Boys, conhecido pelo ataque ao Capitólio em 2021, postou que está “próximo o momento de tomar uma posição”. Em outra mensagem, membros são incentivados a “resistir ou aceitar a opressão”, alertando para um suposto risco de “tirania”.
Telegram: ferramenta central para a mobilização
O Telegram, com quase um bilhão de usuários, tem se tornado um importante meio de organização para esses grupos. Muitos utilizam a plataforma para transformar suas ações digitais em manifestações nas ruas, o que preocupa autoridades e especialistas em segurança. Segundo análise do The New York Times, baseada em mais de um milhão de mensagens de 50 canais, os grupos mostram coordenação para questionar a credibilidade da eleição e mobilizar protestos.
Esses canais, criados após as eleições de 2020, ganharam força com o aumento de teorias de conspiração e apelos à ação direta. Os conteúdos incluem incentivos à participação em protestos, reuniões eleitorais e, em alguns casos, à violência.
Apelo à ação em estados-chave
Em estados como Pensilvânia, Geórgia, Wisconsin, Carolina do Norte e Michigan, os canais incentivam seguidores a monitorar o processo eleitoral e até confrontar autoridades locais. Em New Hampshire, membros foram orientados a questionar autoridades sobre votos de eleitores ausentes. Já na Geórgia, seguidores foram motivados a comparecer a reuniões do conselho eleitoral para influenciar decisões sobre o voto.
No Novo México, alguns grupos chegaram a recomendar o uso de câmeras para monitorar seções de votação e registrar incidentes, prometendo “lutar ao extremo” se necessário.
Telegram sob pressão para moderar conteúdo
O Telegram afirmou, em resposta às críticas, que aumentou a moderação de conteúdo antes das eleições e que está comprometido a remover conteúdo que incentive a violência ou a destruição. A empresa também destacou que cooperará com autoridades para controlar o conteúdo considerado criminoso.
Segundo Katherine Keneally, ex-analista de inteligência do Departamento de Polícia de Nova York e pesquisadora do Institute for Strategic Dialogue, o Telegram é um recurso estratégico para esses grupos, que o utilizam para mobilizar ações nas ruas e recrutar novos membros.
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Perguntas Frequentes sobre a Mobilização de Apoiadores de Trump no Telegram
Qual é o objetivo dos grupos pró-Trump no Telegram?
Esses grupos buscam mobilizar fiscais eleitorais e contestar o processo de votação, alegando que qualquer resultado desfavorável a Trump será uma fraude.
Quais estados estão mais impactados por essas ações?
Estados como Pensilvânia, Geórgia, Wisconsin, Carolina do Norte e Michigan são alguns dos focos principais dos grupos.
O Telegram permite a organização de ações nas ruas?
Sim, o Telegram tem sido uma ferramenta importante para esses grupos, que organizam e coordenam ações de forma digital para levá-las às ruas.
Como o Telegram responde a essas alegações de uso para violência?
A empresa declarou que está aumentando a moderação de conteúdo e cooperará com as autoridades para remover conteúdo que incentive a violência.
Por que esses grupos consideram a eleição fraudulenta?
Eles alegam que qualquer vitória que não seja de Trump é sinal de fraude e defendem teorias da conspiração sobre supostas irregularidades nas votações.
Com informações do Estadão.
