Brasília, 23 de junho de 2025 – Em meio às tensões no Oriente Médio e às ofensivas contra Israel, o Irã avançou nas negociações comerciais com o Brasil, incluindo a exportação de caviar, maçã, kiwi e romã. As tratativas foram conduzidas pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e por representantes do governo iraniano.
Negócio de luxo em meio à crise internacional
Apesar do cenário de conflito, o Irã mantém foco na ampliação de sua pauta comercial com o Brasil. O produto que lidera as conversas é o caviar, iguaria símbolo de luxo, cuja importação pelo mercado brasileiro exige o cumprimento de rigorosas etapas sanitárias.
Até o momento, segundo informações oficiais, três das cinco etapas técnicas necessárias foram concluídas, sinalizando que a abertura de mercado está próxima.
Diplomacia de alto nível com sabor persa
Em fevereiro, uma reunião bilateral entre o ministro Carlos Fávaro e o embaixador iraniano no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadiri, contou com a participação de 12 representantes oficiais de ambos os governos.
O encontro foi marcado pelo reforço da estratégia brasileira de expansão da rede de adidos agrícolas, incluindo a nomeação de um novo representante permanente na Embaixada do Brasil em Teerã.
Entre bandeiras e interesses: a simbologia da parceria
A diplomacia iraniana não esconde a intenção de estreitar laços com o Brasil. Em todas as comunicações públicas, o governo iraniano adota a expressão “amizade Brasil-Irã”, acompanhada de símbolos das bandeiras dos dois países e gestos que remetem à parceria estratégica.
O contraste, no entanto, é evidente: enquanto celebra relações comerciais com o Brasil, o mesmo canal diplomático é usado para emitir ataques verbais contra Israel, no contexto do conflito que se agrava no Oriente Médio.
Brasil aposta no agronegócio, ignorando tensões externas
O governo brasileiro, por sua vez, adota postura pragmática. Mesmo com o Irã envolvido em conflitos de escala internacional e sob sanções de parte da comunidade internacional, o Ministério da Agricultura trata a negociação como estritamente comercial, focando na abertura de mercado para produtores iranianos.
Embora o consumo de caviar no Brasil seja simbólico — cerca de 25 kg por ano —, o negócio é considerado estratégico dentro da política de diversificação de parceiros comerciais, especialmente no setor de frutas e iguarias de alto valor agregado.
🛈 O Carioca Esclarece:
O caviar comercializado pelo Irã é produzido a partir de esturjões do Mar Cáspio, considerado um dos mais valorizados do mundo. A exportação desse produto exige licenciamento ambiental rigoroso e controle sanitário internacional.
FAQ – Perguntas Frequentes
1. O Brasil realmente vai importar caviar do Irã?
Sim. O processo está avançado, com três das cinco etapas técnicas cumpridas, e envolve também frutas como kiwi, maçã e romã.
2. O comércio com o Irã não sofre impacto dos conflitos?
O governo brasileiro mantém as tratativas focadas na esfera comercial, sem se posicionar diretamente sobre os conflitos envolvendo o Irã no Oriente Médio.
3. Qual a relevância do mercado de caviar no Brasil?
O consumo é restrito e de nicho, mas faz parte da estratégia de diversificação de parceiros comerciais e fortalecimento das relações bilaterais no setor agropecuário.