Brasileiro morre antes de sentença por crimes cometidos na Operação Condor

26 de outubro de 2021
1 min de leitura

Roma, 26 out (EFE).- O Tribunal de Roma, na Itália, encerrou nesta terça-feira o julgamento do ex-militar brasileiro Átila Rohrsetzer, acusado de envolvimento com crimes cometidos durante a Operação Condor, depois de ser constatada a morte do réu.

O ex-militar havia sido julgado pela detenção e entrega de dois militantes argentinos de esquerda em 1980, quando ele era diretor da Divisão Central de Informações do Rio Grande do Sul (DCI).

Os juízes do Tribunal de Roma determinaram a realização de uma nova audiência em 29 de novembro, para obter o certificado de óbito de Rohrsetzer, no entanto, fontes ligadas ao caso disseram se tratar de uma mera formalidade, já que o caso está considerado encerrado.

Outros três ex-militares brasileiros eram réus no mesmo processo, contudo, todos já tinham morrido anteriormente.

Rohrsetzer é apontado como envolvido no assassinato do ítalo-argentino Lorenzo Viñas Gigli, de 25 anos, ocorrido em 1980. O jovem foi capturado quando tentava fugir da Argentina para viajar para a Itália, onde encontraria a mãe dele, Adelaide.

O outro caso em que o militar brasileiro era réu é o do também ítalo-argentino Horacio Campiglia, que foi sequestrado com a mulher, Mónica Susana Pinus de Binstock, em março de 1980, no Rio de Janeiro e extraditado para a Argentina, onde foi encaminhado para o centro de detenção clandestino conhecido como Campo de Maio e também morto.

Todos os militares envolvidos em crimes relacionados à Operação Condor acabaram sendo enquadrados na Lei de Anistia, decretada no Brasil em 1979, que impede investigá-los e Julgá-los.

Até hoje, nenhum militar brasileiro foi condenado pelas torturas, desaparecimentos e execuções cometidas durante a ditadura no país, que vigorou de 1964 e 1985.

A Itália começou a investigar duas décadas atrás o assassinato e o desaparecimento de vários italianos ou de pessoas que tinham dupla nacionalidade, durante a Operação Condor. Em 2007, foi pedida a prisão de 146 militares de Bolívia, Chile, Peru e Uruguai. EFE

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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