Poder Bélico

China exibe novas armas em desfile com a presença de Dilma, Putin e Kim

Evento em Pequim reuniu Xi Jinping, Vladimir Putin, Dilma Rousseff e Kim Jong-un, com arsenal inédito de mísseis e drones.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Pequim – 3 de setembro de 2025 – A China apresentou nesta quarta-feira seu mais recente arsenal militar, incluindo mísseis hipersónicos, drones submarinos e sistemas de defesa espacial, em um desfile que marcou o 80º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.

O evento contou com a presença de Xi Jinping, do presidente russo Vladimir Putin e do líder norte-coreano Kim Jong-un, consolidando uma demonstração de força e alinhamento estratégico diante da hegemonia dos Estados Unidos.


Novos mísseis e drones no arsenal chinês

O desfile revelou pela primeira vez o míssil hipersónico YJ-15, projetado para perfurar embarcações de grande porte. A série YJ (Ying Ji – “ataque da águia”) pode ser lançada de navios ou aeronaves, ampliando a capacidade ofensiva marítima da China.

Outro destaque foi o Veículo Submarino Não Tripulado Extragrande AJX002, com mais de 18 metros de comprimento. O drone marítimo, capaz de operar em modo furtivo, integra a frota de XLUUVs chineses, consolidando a liderança do país na guerra submarina não tripulada.


Capacidade nuclear ampliada

As forças armadas chinesas também apresentaram três novos tipos de mísseis balísticos intercontinentais com ogivas nucleares: Dong Feng-61, Dong Feng-31BJ e Dong Feng-5C.

Segundo a imprensa estatal, o DF-5C possui alcance superior a 20 mil quilômetros e pode carregar até 12 ogivas em um único lançamento. Pequim também revelou o sistema JL-1, primeiro míssil nuclear lançado do ar pela China, além do sistema de defesa espacial HQ-29, projetado para destruir satélites estrangeiros.


Xi Jinping fala em paz, Trump reage com ataques

Antes do desfile, o presidente Xi Jinping afirmou que a humanidade precisa escolher “entre a paz e a guerra, entre o diálogo e o confronto”. Ele homenageou os soldados chineses mortos na luta contra o Japão e pediu esforços globais para eliminar as “raízes da guerra”.

A ausência de menção direta aos Estados Unidos provocou reação do presidente Donald Trump, que usou a rede Truth para cobrar reconhecimento da participação americana na derrota japonesa. “Muitos americanos morreram pela liberdade da China. Espero que sejam legitimamente honrados”, escreveu.

Na mesma publicação, Trump ironizou a aproximação entre Xi, Putin e Kim Jong-un, afirmando que conspiravam contra os EUA.


Desfile reforça narrativa histórica chinesa

Ao lado de Putin e Kim, Xi Jinping buscou destacar o papel da China na vitória sobre o Japão, frequentemente minimizado em relatos ocidentais que privilegiam as batalhas da Europa e do Pacífico. Estima-se que milhões de chineses tenham morrido durante a invasão japonesa e a guerra subsequente.

A comemoração também funciona como instrumento político: um gesto interno de reafirmação nacionalista e externo de desafio à ordem internacional pós-guerra, dominada pelos Estados Unidos.


Conclusão

O desfile militar em Pequim foi mais do que uma celebração histórica: tratou-se de uma demonstração calculada de poder tecnológico e de alianças estratégicas, projetando a China como alternativa à liderança global norte-americana.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.