O governo da Coreia do Sul anunciou neste domingo que cerca de 300 de seus cidadãos, detidos na última quinta-feira em uma operação do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE), serão libertados e enviados de volta ao país.
A ação ocorreu na construção de uma fábrica de baterias conjunta das empresas Hyundai e LG, na cidade de Ellabell, estado da Geórgia, e representou a maior detenção realizada em um único local dentro da política migratória do presidente Donald Trump.
Segundo autoridades norte-americanas, 475 pessoas foram detidas por estarem “presentes ilegalmente nos Estados Unidos”, incluindo 46 sul-coreanos, um indonésio e cerca de 250 trabalhadores de empresas subcontratadas. A Hyundai informou não ter funcionários próprios entre os detidos.
Negociações diplomáticas
O chefe de gabinete do presidente Lee Jae Myung, Kang Hoon-sik, afirmou que as negociações com os EUA foram rápidas e coordenadas, restando apenas a finalização dos trâmites administrativos para a repatriação via voo fretado.
O episódio gerou tensão entre aliados estratégicos, tanto na economia quanto na segurança, e expôs as dificuldades de Seul em lidar com a política migratória cada vez mais rígida de Washington.
Pressão sobre as empresas sul-coreanas
O impacto recaiu sobre multinacionais que investem fortemente nos Estados Unidos. Em julho, a Coreia do Sul anunciou aporte de 350 bilhões de dólares em território americano, em meio a ameaças tarifárias de Trump. O país, quarta maior economia da Ásia, mantém forte presença industrial nos EUA, especialmente em automóveis e eletrônicos.
Contexto da política migratória americana
A operação em Ellabell integra o programa de deportação mais intenso já conduzido por um governo dos Estados Unidos, voltado aos cerca de 11 milhões de estrangeiros em situação irregular. Fiscalizações e expulsões têm sido intensificadas em múltiplos estados, elevando a tensão diplomática e econômica com aliados estratégicos.
A liberação dos trabalhadores deve reduzir o atrito entre Seul e Washington, mas evidencia como medidas internas de imigração podem gerar impactos diretos sobre a atuação de empresas multinacionais e relações internacionais.
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