O Ministério da Defesa e o Itamaraty negaram nesta quinta-feira qualquer existência de plano para resgatar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em meio à crise no país vizinho. O rumor, divulgado pelo site DefesaNet, foi associado à suposta “Operação Imeri”, mas as autoridades brasileiras afirmaram que não houve mobilização de pessoal, recursos logísticos ou tratativas formais nas Forças Armadas.
Suposto plano de evacuação nunca passou da especulação
De acordo com fontes do governo, a hipótese teria circulado em conversas políticas, mas não envolveu oficialmente a Defesa, o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica. O Itamaraty também desmentiu que o chanceler Mauro Vieira tenha discutido o tema com o ministro venezuelano Yván Gil em reunião realizada em Bogotá, no último 21 de agosto. Segundo a diplomacia brasileira, o encontro abordou apenas cooperação regional e questões de fronteira.
Como seria a chamada Operação Imeri
As especulações descreviam dois cenários distintos. O primeiro previa o uso de meios navais da Marinha do Brasil, como o Porta-Helicópteros Atlântico e fragatas da classe Niterói, apoiados por tropas de operações especiais. O segundo cogitava uma ação aérea com um KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira, para extrair Maduro rapidamente e levá-lo até Boa Vista, em Roraima. Nenhuma das hipóteses, entretanto, foi confirmada, e oficiais de alta patente sinalizaram resistência a qualquer participação em uma missão desse tipo.
Pressão dos EUA alimenta rumores
O pano de fundo para a circulação dessas informações é o avanço da ofensiva dos Estados Unidos contra Caracas. O presidente Donald Trump enviou em agosto destróieres e tropas para o sul do Caribe, sob o argumento de intensificar o combate ao narcotráfico. Washington acusa Nicolás Maduro de liderar uma rede criminosa transnacional e oferece 50 milhões de dólares por sua captura. Nesse contexto, qualquer movimentação brasileira seria interpretada pelos norte-americanos como gesto de proteção a um governante classificado como “narcoterrorista”.
Quem ganha com o vazamento?
As versões sobre a “Operação Imeri” levantam a dúvida sobre quem teria interesse em difundir um suposto plano de resgate.
Enquanto setores militares e diplomáticos brasileiros rejeitam a narrativa, a especulação serve para tensionar ainda mais o cenário geopolítico já pressionado pela intervenção dos Estados Unidos na região.


