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Diretora do Serviço Secreto dos EUA assumirá erros em depoimento, diz jornal

Kimberly dirá que tem total responsabilidade pelas falhas de segurança que ocorreram durante o comício de Trump em 13 de julho

Foto: Reprodução / Rede Social X / Kamil Krzaczynski / AFP / Getty Images
Foto: Reprodução / Rede Social X / Kamil Krzaczynski / AFP / Getty Images

A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, vai testemunhar perante o Comitê de Supervisão da Câmara nesta segunda-feira (22), reconhecendo que sua agência “falhou” durante a tentativa de assassinato de Donald Trump no início deste mês. Em depoimento, Cheatle assumirá total responsabilidade pelas falhas de segurança que ocorreram durante o comício de Trump em 13 de julho, conforme trechos antecipados pela CNN.

“A missão solene do Serviço Secreto é proteger os líderes da nossa nação. Em 13 de julho, falhamos”, deverá afirmar Cheatle aos legisladores. Ela promete empenhar todos os esforços para evitar que um incidente semelhante ocorra novamente. Esta audiência será a primeira oportunidade para uma análise detalhada das falhas de segurança.


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Falhas e Omissões

O presidente do Comitê de Supervisão, James Comer, prometeu que a audiência será extensa e detalhada, com Cheatle tendo que responder a centenas de perguntas. Em sua declaração de abertura, Comer sugeriu que Cheatle deveria renunciar devido ao fracasso em 13 de julho. Segundo ele, sob a liderança de Cheatle, a segurança de figuras importantes, incluindo o presidente Biden e a Casa Branca, está em dúvida.

Nos dias seguintes à tentativa de assassinato, pouca informação foi divulgada sobre o motivo do atirador e como ele conseguiu se posicionar em um telhado próximo ao comício com uma arma de alta potência. Esse silêncio tem irritado especialmente os legisladores republicanos, que pediram a demissão de Cheatle.

Donald Trump
Donald Trump – Reprodução X

Problemas Operacionais

Um dos principais pontos de interrogação é por que a equipe de Trump não foi informada sobre uma ameaça potencial. O atirador, Thomas Matthew Crooks, foi visto com um telêmetro antes do tiroteio, e a polícia estava tentando localizá-lo 19 minutos antes do incidente. No entanto, a equipe de Trump não foi avisada sobre essa ameaça enquanto preparava o ex-presidente para subir ao palco.

Outro questionamento é por que o telhado de onde o atirador disparou não foi vistoriado. Apesar de ser um ponto estratégico, o telhado não estava no perímetro de segurança e não foi ocupado por uma equipe de atiradores devido à sua inclinação. Essa decisão operacional está sob forte escrutínio.

Recursos Insuficientes

A equipe de segurança de Trump também reclamou que o Serviço Secreto não recebeu recursos e pessoal suficientes nos últimos dois anos. Um porta-voz do Serviço Secreto reconheceu que a agência não forneceu certos recursos no passado, mas implementou outras medidas de segurança.

Motivações do Atirador

Cheatle estará sob pressão para fornecer mais informações sobre o motivo do tiroteio. Até agora, as investigações sugerem que as intenções de Crooks podem ter sido menos motivadas politicamente e mais focadas em atacar o alvo de maior destaque perto dele. A investigação ainda está em estágio inicial.

Futuro de Cheatle

Cheatle, veterana de quase três décadas no Serviço Secreto, enfrenta uma crescente pressão para renunciar. Vários legisladores republicanos, incluindo o presidente da Câmara, Mike Johnson, pediram sua demissão, citando falta de confiança em sua capacidade de liderança neste momento crítico.