O exército genocida e desumano de Israel realizou novos ataques a arranha-céus na Cidade de Gaza neste sábado (6), em meio a ordens de evacuação obrigatória para os moradores palestinos.
A ofensiva acontece enquanto Israel se move para tomar o maior centro urbano do enclave, destruindo sistematicamente prédios e infraestrutura essencial.
Segundo testemunhas, a Torre Soussi, de 15 andares, foi destruída no bairro de Tal al-Hawa, próxima a um prédio da UNRWA (Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos). Moradores relatam que receberam apenas meia hora a uma hora para deixar os prédios, tempo considerado insuficiente para escapar da destruição.
Alegações de segurança e críticas internacionais
Em nota, o exército israelense alegou que os edifícios eram usados pelo Hamas para vigilância e instalação de explosivos. O governo de Gaza rejeitou a justificativa, classificando os ataques como uma política sistemática para deslocamento forçado de civis, já que cerca de 90% da infraestrutura do território foi destruída.
A Torre Mushtaha, de 12 andares, também foi demolida na sexta-feira, enquanto organizações internacionais criticam o uso de civis como escudos involuntários e o impacto humanitário da ofensiva.
Impacto sobre crianças e população vulnerável
A UNICEF alertou que metade da população de Gaza é composta por crianças, ressaltando que deslocamentos forçados e bombardeios representam ameaça direta à sobrevivência de quase um milhão de pessoas. A Save the Children registrou a morte de pelo menos uma criança por hora durante o conflito, totalizando mais de 20 mil crianças desde outubro de 2023.
Até o sábado, pelo menos 67 palestinos haviam sido mortos, sendo 45 na Cidade de Gaza. Mortes por fome e escassez de recursos somam 382 vítimas, incluindo 135 crianças, em quase dois anos de guerra. Desde o início da ofensiva, 64.368 palestinos foram mortos e 162.367 feridos, de acordo com o governo de Gaza.
“Zonas humanitárias” e desconfiança da população
Israel anunciou a criação de áreas denominadas “zonas humanitárias” no sul de Gaza, prometendo infraestrutura básica e suprimentos de alimentos. No entanto, moradores alertam que ataques anteriores a locais semelhantes tornaram essas promessas ineficazes. Muitos relatam destruição total de residências e infraestrutura, tornando impossível o retorno seguro às suas casas.
O morador Aqeel Kishko descreveu o cenário como devastador: “O que construímos em 50 anos foi destruído em cinco dias. Nada permanece de pé — prédios, estradas e infraestrutura. Caminhamos sobre os cadáveres de nossos entes queridos”.
Consequências humanitárias e desafios para reconstrução
Além da destruição física, os deslocamentos forçados criam desafios logísticos e econômicos para os palestinos. Muitos enfrentam risco de morte nas estradas ou precisam gastar recursos consideráveis para transportar seus pertences para áreas supostamente seguras. O maior centro urbano de Gaza permanece parcialmente inabitável, e especialistas alertam que a reconstrução será lenta e complexa.