O presidente da Argentina, Javier Milei, virou alvo de um novo escândalo político após um ato falho durante discurso em Junín, na segunda-feira (25). Ao responder a provocações da plateia, Milei declarou:
“Eles estão irritados porque estamos roubando o roubo deles”. A frase foi interpretada pela oposição como uma confissão de corrupção em meio às investigações que envolvem sua irmã, Karina Milei, em um esquema de propinas.
A fala que incendiou a crise
O deslize ocorreu quando Milei criticava a base kirchnerista no Congresso. Interrompido por um apoiador que gritou “ladrões filhos da p…”, o presidente abandonou o texto preparado e soltou a frase polêmica.
Rapidamente repercutida pela imprensa, a declaração virou munição para os adversários. O deputado Maximiliano Ferraro (Coalizão Cívica) afirmou que “o subconsciente o traiu”, enquanto Margarita Stolbizer (GEN) declarou nas redes: “Milei assume publicamente que são o mesmo que o kirchnerismo. Mais claro impossível”.
Escândalo paralelo
O governo já enfrentava desgaste com a divulgação de áudios atribuídos a Sergio Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional de Deficiência (Andis) e aliado de Milei. As gravações sugerem que Karina Milei e outros membros do governo estariam envolvidos em propinas ligadas ao fornecimento de medicamentos.
O juiz federal Sebastián Casanello determinou o bloqueio de cofres de Spagnuolo, apreensão de celulares e restrição de viagens de investigados. Apenas um dos aparelhos foi desbloqueado voluntariamente, o que pode atrasar a apuração.
Silêncio oficial e disputas internas
A Casa Rosada mantém a estratégia do silêncio: nem Javier nem Karina Milei comentaram o caso. Nos bastidores, a ordem é evitar dar visibilidade às acusações sem denúncia formal.
Enquanto isso, novas gravações surgem em redes sociais e levantam suspeitas de monitoramento clandestino. Analistas avaliam que os vazamentos refletem disputas internas ferozes dentro do governo e aumentam a fragilidade política de Milei.