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Eurocentrismo Abalado

Europa isolada: sem voz na crise entre Israel e Irã

Líderes europeus pedem diplomacia, mas estão fora das negociações e sem influência real no conflito

14 de junho de 2025 – Bruxelas, Bélgica – Em meio à escalada militar entre Israel e Irã, a União Europeia e seus líderes fazem apelos desesperados por diplomacia, mas parecem condenados à irrelevância no tabuleiro geopolítico do Oriente Médio. A análise é quase unânime: a Europa foi deixada à margem, sem voz, sem influência e, pior, sem sequer ser consultada nas decisões que podem empurrar o mundo para uma guerra de proporções globais.

O alerta vem de Claude Moniquet, especialista em segurança ouvido pela Euronews, que foi direto: “A Europa está sentada no banco de reservas, sem qualquer poder real.”

Esse isolamento não é novidade. Segundo Moniquet, já nas negociações entre os Estados Unidos e o Irã sobre o programa nuclear, os europeus estavam completamente excluídos. A sexta rodada, que deveria ocorrer neste domingo em Omã, agora está em risco depois dos ataques israelenses e da dura retaliação iraniana.

“Os europeus foram simplesmente descartados dessas negociações”, reforça o especialista, que também é ex-agente dos serviços de inteligência da França.

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Diplomacia de fachada: discurso europeu não se converte em ação

O discurso dos líderes europeus ecoa bem nas redes, mas, na prática, não muda nada no jogo geopolítico. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou no X (Twitter) que “os esforços diplomáticos são cruciais para evitar uma nova escalada”. Conversou com o presidente israelense Isaac Herzog, pediu contenção… e só.

Na realidade, a União Europeia perdeu completamente sua influência no Oriente Médio. Moniquet é categórico: “A Europa não tem qualquer protagonismo nas decisões que moldam o futuro da região.”

O motivo? Um misto de perda de relevância militar, dependência dos Estados Unidos e uma política externa frouxa, incapaz de se posicionar com clareza diante dos conflitos.


Israel ignora a Europa — e os sinais são claros

O recente ataque israelense ao Irã sequer foi comunicado antecipadamente aos europeus. O próprio Reino Unido, tradicional aliado de Israel, ficou no escuro. Segundo o jornal The Times, isso reflete a deterioração das relações entre os dois países, agravada depois que o primeiro-ministro britânico Keir Starmer impôs sanções a dois ministros ultradireitistas do governo israelense.

Diplomatas britânicos admitiram ao jornal que Israel já não vê o Reino Unido como parceiro confiável. O resultado? Londres, Paris e Bruxelas assistem de camarote, impotentes, ao desenrolar de uma crise que ameaça respingar diretamente no continente europeu.


Macron: apoio condicionado e medo de se queimar

O presidente francês Emmanuel Macron tentou equilibrar-se na corda bamba. Disse apoiar a segurança de Israel, mas deixou claro: “Se Israel for atacado, a França poderá participar de operações defensivas. Mas não participaremos de nenhuma ação ofensiva.”

Macron também fez questão de afirmar que a França não participou nem foi consultada sobre o ataque a Teerã, e criticou qualquer ação que não priorize a diplomacia.

Ainda sobre Gaza, foi incisivo: “Esses ataques não podem nos distrair da necessidade urgente de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O bloqueio humanitário imposto ali é simplesmente injustificável.”


Trump expõe: Europa ficou de fora — e de propósito

Se a Europa buscava algum protagonismo, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tratou de enterrar qualquer esperança. Em entrevista à Reuters, Trump afirmou que sabia dos ataques iminentes e, ao contrário do que pregava publicamente, não fez qualquer apelo à contenção.

“Sabíamos de tudo. Tentei salvar o Irã da humilhação e da morte. Queria muito ver um acordo sendo fechado, e ainda acho possível”, declarou.

Trump foi além: “Somos, de longe, o aliado número um de Israel.”


Perigo real: Europa no radar de possíveis atentados

O isolamento diplomático não é só vexatório — é perigoso. Segundo Moniquet, há risco concreto de que o Irã, direta ou indiretamente por meio do Hezbollah, organize ações terroristas na Europa como retaliação.

“Eles podem ativar células como a que foi desmantelada recentemente em Londres. Comunidades judaicas, diplomatas israelenses, navios, aviões e até interesses americanos na Europa estão agora sob ameaça real”, alerta o especialista.

O sinal de alerta está aceso. Mas, sem voz nem força, a União Europeia assiste, impotente, enquanto as decisões que definem seu próprio futuro são tomadas em Washington, Tel Aviv e Teerã — bem longe de Bruxelas.


O Carioca Esclarece: A reportagem do Diário Carioca utilizou como base fontes internacionais como Euronews, The Times e Reuters, além de declarações oficiais de autoridades europeias e norte-americanas.


Entenda o Caso

Por que a Europa ficou de fora das negociações entre Israel e Irã?
A falta de poder militar e a dependência dos Estados Unidos tornaram a Europa irrelevante nas principais negociações geopolíticas atuais.

O Reino Unido foi avisado dos ataques de Israel ao Irã?
Não. Segundo o jornal The Times, o governo britânico não foi informado previamente e ficou de fora da operação, sinalizando deterioração das relações.

Existe risco de atentados na Europa por causa da crise?
Sim. Especialistas alertam que o Irã ou grupos como o Hezbollah podem organizar ataques na Europa como forma de retaliação.

JR Vital
JR Vitalhttps://www.diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
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