terça-feira, setembro 23, 2025
21.8 C
Rio de Janeiro
InícioMundoEuropaFrança registra mais de 200 prisões em protestos “Bloqueiem tudo”
Povo nas Ruas

França registra mais de 200 prisões em protestos “Bloqueiem tudo”

A polícia francesa deteve cerca de 200 pessoas nesta quarta-feira durante os protestos do movimento “Bloqueiem tudo” (“Bloquons tout”), que buscava paralisar transportes e a rotina urbana em todo o país. A mobilização ocorre dois dias após o colapso do governo do primeiro-ministro François Bayrou, em meio a medidas de austeridade impopulares.

Mobilização e confrontos em Paris

As autoridades deslocaram 80 mil policiais e gendarmes para conter a onda de protestos. Em Paris, foram registradas 95 detenções, com mais oito ocorrendo fora da capital. Manifestantes atearam fogo em caixotes de lixo, construíram barricadas e tentaram bloquear vias e carris de transporte, sendo impedidos pelas forças de segurança.

Na Porte de Montreuil, no leste da cidade, manifestantes incendiaram lixo e tentaram obstruir o tráfego do elétrico. Próximo à Gare du Nord, centenas se reuniram, obrigando a polícia a fechar acessos e controlar entradas. Apesar disso, alguns manifestantes tentaram forçar a entrada na estação.

Marie, participante do movimento, afirmou à imprensa: “Hoje estamos aqui para mostrar a Macron que estamos fartos de tudo isto. Ele não pode continuar a ignorar o que o povo quer”, mencionando também os cortes que afetarão o setor cultural.

Apoio e críticas à mobilização

Enquanto alguns transeuntes expressaram solidariedade com os manifestantes, outros criticaram o vandalismo. Nesrine, gestora de projetos em Montreuil, disse: “Concordo que devemos ter o direito de protestar… mas não acho que devemos quebrar coisas. Quem paga somos nós, os contribuintes.”

O movimento “Bloqueiem tudo”, sem liderança central, cresceu no verão em reação à inflação, medidas de austeridade e ao que considera uma classe política disfuncional. Diferente dos Coletes Amarelos de 2018, os protestos contam com forte articulação online.

Apoio sindical e contexto político

Dois grandes sindicatos, CGT e SUD, apoiaram as ações desta quarta-feira, enquanto novas greves estão previstas para 18 de setembro. Pesquisas indicam que 46% dos franceses apoiam o movimento, incluindo eleitores da esquerda e da extrema-direita (Rassemblement National).

Os protestos também abordam cortes em reembolsos médicos, com alertas de que até 6 mil farmácias poderão fechar devido à crise. A queda do governo Bayrou foi motivada por medidas impopulares, como a redução de feriados bancários para reduzir o déficit público. Alguns manifestantes exigem que o presidente Emmanuel Macron dissolva a Assembleia Nacional e convoque eleições antecipadas.

Estudantes e profissionais de diversas áreas demonstram insatisfação com desigualdades e políticas fiscais, reforçando a tensão social no país. Thomas, universitário, resumiu: “Estamos indignados com o sistema político e com o fato de que os ultra-ricos e as corporações não estão pagando impostos suficientes.”

Parimatch Cassino online
Redacao
Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Relacionadas

França reconhece Estado Palestino durante cúpula da ONU em Nova York

Macron anuncia decisão histórica em meio ao massacre em Gaza, que já deixou mais de 65 mil mortos, e defende solução de dois Estados

Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado da Palestina

Países ocidentais anunciam reconhecimento oficial e reforçam compromisso com a solução de dois Estados.

Lula conversa por telefone com Pedro Sánchez, presidente de governo da Espanha

Em Nova York, os dois líderes co-presidirão o evento “Em Defesa da Democracia: Combatendo os Extremismos”, juntamente com os presidentes do Chile, da Colômbia e do Uruguai, na manhã do dia 24/9.

UE interrompe cooperação com Israel e prepara sanções

Comissão Europeia suspende benefícios comerciais e prepara sanções contra ministros e colonos acusados de violência.

Ativistas protestam e projetam fotos do déspota Trump ao lado de Epstein em castelo britânico

Imagens foram exibidas no Castelo de Windsor em protesto contra visita de Estado de Donald Trump ao Reino Unido.

Mais Notícias

Assuntos:

Mais Notícias