A tradicional chegada da Vuelta a España 2025 em Madri foi suspensa neste domingo (14) após protestos pró-Palestina no centro da capital espanhola.
Manifestantes ocuparam trechos da Gran Vía e da Plaza de Cibeles, derrubaram barreiras e forçaram a intervenção policial, o que levou a organização a encerrar a prova antes da entrada no circuito final.
Os ciclistas foram parados no Paseo de la Virgen del Puerto e, após a neutralização do pelotão, direcionados ao Campo del Moro, próximo ao Palácio Real. A organização confirmou que não haveria cerimônia de pódio em Cibeles.
Protesto político e confronto
As manifestações começaram de forma pacífica, mas se intensificaram com a presença de grupos contrários à equipe Israel-Premier Tech, que participou da competição. Houve relatos de cargas policiais em alguns pontos do percurso, enquanto em outros o bloqueio foi apenas realizado por manifestantes.
O episódio repercutiu politicamente. O prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida, culpou o presidente do governo, Pedro Sánchez, pela situação. Já a presidente da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, acusou Sánchez de “lançar fogo contra os ciclistas para dividir o país”.
Vingegaard campeão
Apesar do cancelamento da chegada, a classificação final foi confirmada. O dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma) conquistou pela primeira vez a Vuelta, somando o título espanhol ao do Tour de France e já mirando o Giro de Itália 2026 em busca da tríplice coroa.
Os demais campeões foram: Mads Pedersen (camisa verde, pontos), Jay Vine (camisa de montanha) e Matthew Riccitello (camisa de melhor jovem).
A suspensão da etapa decisiva representou um desfecho inédito na história recente da Vuelta a España, marcando o encontro entre esporte, política e a luta internacional em solidariedade ao povo palestino.