A França reconheceu oficialmente o Estado da Palestina nesta segunda-feira (22), durante uma conferência internacional na sede da ONU, em Nova York.
O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron, que defendeu a urgência da solução de dois Estados como caminho para a paz no Oriente Médio.
“Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar a possibilidade de uma solução de dois Estados, com Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança. A França reconhece o Estado da Palestina”, afirmou Macron, sob aplausos.
A decisão ocorre quase dois anos após o início da ofensiva israelense contra Gaza, que já deixou mais de 65 mil palestinos mortos, segundo autoridades de saúde locais.
Reconhecimento ganha força internacional
O movimento de reconhecimento da Palestina tem avançado nos últimos dias. Apenas neste fim de semana, Austrália, Reino Unido, Canadá e Portugal também declararam apoio oficial ao Estado palestino. Outros países europeus, como Bélgica, Luxemburgo, Andorra e San Marino, devem seguir o mesmo caminho antes da abertura da Assembleia Geral da ONU.
Atualmente, mais de 140 países já reconhecem a Palestina, mas o status pleno na ONU ainda depende do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos mantêm poder de veto e se opõem à medida.
Missão internacional em Gaza
Macron também anunciou que a França está pronta para participar de uma missão internacional de estabilização em Gaza, em cooperação com a União Europeia. Segundo ele, o país poderá apoiar o treinamento e o fornecimento de equipamentos às forças de segurança palestinas.
Além disso, Paris se comprometeu a abrir uma embaixada oficial na Palestina assim que houver cessar-fogo e libertação de todos os reféns.
Reações e resistências
O governo de Israel rejeitou a decisão francesa. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, declarou que “essas questões deveriam ser negociadas entre Israel e os palestinos” e prometeu que Tel Aviv avaliará “ações de resposta” após o retorno do premiê Benjamin Netanyahu.
Washington também boicotou a cúpula. Os EUA seguem alinhados a Israel e já vetaram propostas de cessar-fogo apresentadas no Conselho de Segurança.