Tel Aviv – O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu saiu em defesa do bilionário Elon Musk após polêmica envolvendo um suposto gesto nazista. Netanyahu chamou Musk de “grande amigo de Israel” em publicação na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter.
A controvérsia surgiu após Musk fazer um gesto durante a posse de Donald Trump, interpretado por alguns como uma saudação nazista. O episódio gerou protestos na Europa, com ativistas projetando imagens críticas em uma fábrica da Tesla em Berlim.
Reações ao gesto de Musk
O incidente provocou diversas manifestações:
- Ativistas projetaram imagem de Musk com braço levantado em fábrica da Tesla
- Em Milão, boneco de Musk foi pendurado de cabeça para baixo
- Jornal israelense Haaretz descreveu o gesto como “saudação romana”
Musk respondeu às críticas na própria rede social, ironizando que o “ataque ‘todo mundo é Hitler’ está muito cansativo”.
Contexto da defesa de Netanyahu
Netanyahu mencionou a visita de Musk a Israel após o ataque do Hamas em outubro de 2023. A visita ocorreu em meio a acusações de antissemitismo contra o empresário.Durante a visita, Musk:
- Acompanhou Netanyahu em um kibutz atacado
- Reuniu-se com o presidente israelense Isaac Herzog
Críticas a Netanyahu
É importante notar que Netanyahu enfrenta acusações graves:
- Responsabilizado pelo genocídio da população palestina em Gaza
- Alvo de pedido de prisão por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional
Contudo, essas acusações não impediram seu apoio público a Musk.
Netanyahu defendeu Hitler e culpou líder palestino pelo Holocausto em 2015
Em 2015, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez declarações polêmicas sobre o Holocausto, atribuindo parte da responsabilidade a um líder palestino. Durante um discurso no Congresso Mundial Sionista em Jerusalém, Netanyahu afirmou que Adolf Hitler inicialmente não planejava exterminar os judeus, mas sim expulsá-los.
Segundo Netanyahu, foi o Mufti de Jerusalém, Haj Amin al-Husseini, quem convenceu Hitler a exterminar os judeus durante um encontro em novembro de 1941. O primeiro-ministro israelense relatou uma suposta conversa entre Hitler e al-Husseini, na qual o líder palestino teria sugerido “queimá-los” quando Hitler perguntou o que fazer com os judeus.
Reações e críticas
As declarações de Netanyahu geraram fortes reações:
- Historiadores e políticos em Israel e no mundo protestaram e desmentiram as afirmações1.
- O professor Dan Michman, renomado historiador do Holocausto, afirmou que Hitler já havia iniciado a “solução final” antes do encontro com al-Husseini1.
- O líder da oposição israelita, Yitzhak Herzog, chamou as declarações de “perigosa distorção da história”.
Esclarecimentos posteriores
Diante das críticas, Netanyahu tentou esclarecer suas declarações:
- Afirmou que não tinha intenção de absolver Hitler da responsabilidade pelo extermínio dos judeus europeus1.
- Insistiu, contudo, que era “absurdo ignorar o papel desempenhado pelo Mufti Haj Amin al-Husseini”.
Reação alemã
O governo alemão reagiu enfaticamente às declarações de Netanyahu:
- Reafirmou que a responsabilidade pelo Holocausto é da Alemanha1.
- O porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibert, declarou que não havia razões para alterar a visão histórica sobre o assunto.
Estas declarações de 2015 mostram um padrão de Netanyahu em fazer afirmações controversas sobre o Holocausto e líderes palestinos, semelhante à sua recente defesa de Elon Musk após um gesto polêmico.
Entenda o caso: A polêmica do gesto de Musk
- O que aconteceu: Elon Musk fez um gesto interpretado como saudação nazista durante evento
- Onde: Na posse de Donald Trump
- Reações: Protestos na Europa, críticas na mídia
- Defesa: Netanyahu chamou Musk de “grande amigo de Israel”
- Contexto: Musk já enfrentou acusações de antissemitismo anteriormente