A ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e o ator irlandês Liam Cunningham estão entre os mais de 300 tripulantes da flotilha global que zarpou no domingo (31) do porto de Barcelona em direção a Gaza. A missão, chamada Global Sumud Flotilla, tem como objetivo criar um corredor humanitário e pressionar a comunidade internacional diante da crise humanitária no território palestiniano.
Vinte embarcações integram a flotilha, apoiada por movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Greta Thunberg declarou que “pouco a pouco, todos os dias, as pessoas estão a acordar para este genocídio”, acusando Israel de violar o direito internacional. Liam Cunningham, conhecido por sua atuação em “Game of Thrones”, também embarcou como forma de apoio à causa palestina.
Durante a cerimônia de partida, a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau, destacou o compromisso histórico da cidade com a Palestina. O ator espanhol Eduard Fernández classificou cada navio como “um grito de dignidade”. A Espanha, que reconheceu oficialmente o Estado da Palestina em 2024, reafirmou proteção consular aos participantes espanhóis.
Em Gênova, cerca de 40 mil pessoas participaram de uma marcha com tochas para apoiar a flotilha e acompanhar o envio de 300 toneladas de ajuda humanitária reunidas pela associação Música pela Paz. O Movimento 5 Estrelas anunciou a doação de 1 milhão de euros à iniciativa.
De Portugal, a deputada Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda), o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício integram a missão, gerando debate político. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou que a imunidade parlamentar não equivale a proteção diplomática, mas garantiu apoio consular.
O organizador Saif Abukeshek explicou que a flotilha pretende levar alimentos e remédios para Gaza, onde mais de 63 mil pessoas já morreram. Ele denunciou a destruição de hospitais e escolas e a escassez intencional de água e energia. Precedentes preocupam: em missões anteriores, o exército israelense interceptou embarcações humanitárias com violência.
Apesar dos riscos, os ativistas afirmam que a mobilização continuará enquanto persistirem as violações de direitos humanos.