22 de junho de 2025 — Teerã, Iêmen e Washington — A escalada no Oriente Médio ganhou contornos ainda mais perigosos neste domingo. Após os Estados Unidos realizarem bombardeios contra três instalações nucleares no Irã, autoridades iranianas e líderes houthis, do Iêmen, prometeram retaliação e afirmaram que o presidente norte-americano Donald Trump “deve arcar com as consequências” pelos ataques.
A Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) classificou a ofensiva como um “ataque selvagem” e acusou os EUA de violarem tratados internacionais, incluindo o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual o país é signatário.
Segundo as autoridades iranianas, as instalações de Fordow, Natanz e Isfahan foram os alvos da operação. Apesar dos danos, o governo de Teerã garantiu que o programa nuclear iraniano não será interrompido e que continuará sendo uma prioridade nacional.
Rumo a uma guerra regional?
O porta-voz das forças houthis, Hizam al-Assad, publicou na rede social X (antigo Twitter) uma mensagem direta e ameaçadora: “Trump deve arcar com as consequências”. O grupo, aliado estratégico do Irã, também declarou estar preparado para atacar embarcações da Marinha dos EUA no Mar Vermelho, caso novos bombardeios sejam realizados.
“O eixo da resistência está pronto para enfrentar qualquer agressão. Se os EUA pensam que podem atacar impunemente, estão profundamente enganados”, afirmou o porta-voz.
Irã acusa AIEA de omissão
Além de responsabilizar os Estados Unidos, o Irã também direcionou críticas severas à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acusando-a de “omissão cúmplice” diante da escalada militar.
A AEOI afirmou que os ataques representam uma grave violação das normas internacionais e que buscará apoio formal da comunidade global para condenar as ações americanas. Segundo nota oficial, qualquer tentativa de sufocar o programa nuclear iraniano será tratada como uma agressão contra a soberania nacional.
O fantasma do Mar Vermelho volta
A ameaça dos houthis de atacar navios norte-americanos no Mar Vermelho reacende um conflito que se intensifica desde novembro de 2023, quando o grupo começou a mirar embarcações comerciais e militares ligadas a Israel em retaliação à guerra em Gaza.
Ao longo dos meses, os ataques se expandiram, atingindo também navios de bandeira dos Estados Unidos e de aliados, levando a uma série de bombardeios retaliatórios norte-americanos contra posições houthi no Iêmen.
Agora, com o envolvimento direto dos EUA em uma ofensiva contra o Irã, o risco de uma guerra naval no Mar Vermelho volta a crescer, com impactos diretos sobre o comércio global, principalmente nas rotas de petróleo e gás.
Tensão no limite
O presidente iraniano Masoud Pezeshkian, ao lado do diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Mohammad Eslami, declarou que o país não aceitará nenhum tipo de pressão e que responderá proporcionalmente a qualquer nova agressão.
O tom adotado por Teerã e pelos houthis deixa claro que a escalada militar está longe de terminar. Enquanto isso, líderes internacionais fazem apelos públicos por contenção, temendo que o conflito se transforme em uma guerra regional de proporções catastróficas.
O Carioca Esclarece
O Mar Vermelho é uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. Qualquer bloqueio ou conflito na região pode impactar diretamente os preços do petróleo, alimentos e produtos industrializados globalmente.
FAQ
Por que Irã e Houthis ameaçam Trump?
Porque consideram que os ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã violam acordos internacionais e representam uma agressão à soberania iraniana.
Quais locais foram bombardeados pelos EUA no Irã?
As instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan foram os alvos confirmados.
O Mar Vermelho está em risco de guerra?
Sim. Os houthis prometeram atacar embarcações dos Estados Unidos no Mar Vermelho caso ocorram novos bombardeios, ampliando o risco de um conflito naval na região.