Teerã, 22 de junho de 2025 — A escalada no Oriente Médio atinge níveis críticos. O comandante das Forças Aeroespaciais da Guarda Revolucionária do Irã, major-general Mohammad Pakpour, afirmou neste domingo que os ataques contra Israel continuarão sem qualquer trégua, mesmo após os bombardeios dos Estados Unidos contra o Irã na madrugada anterior.
Em declaração durante uma reunião com altos oficiais militares, Pakpour foi categórico: “Estamos em uma encruzilhada decisiva e não cessaremos as operações contra o regime sionista”. Segundo ele, a ofensiva tem como objetivo interromper a sensação de segurança entre os israelenses e fortalecer a resistência interna no Irã.
Operação Verdadeira Promessa III em curso
O comandante confirmou que, até o momento, a chamada Operação Verdadeira Promessa III já resultou em vinte ondas de ataques com mísseis contra o território israelense. A ofensiva, segundo ele, é uma resposta direta aos ataques lançados por Israel no dia 13 de junho, que atingiram infraestruturas nucleares, bases militares e áreas residenciais no Irã.
O saldo, até agora, é devastador: mais de 400 mortos, incluindo cientistas nucleares, comandantes militares e civis iranianos. O governo de Teerã classificou os ataques israelenses como uma “guerra de agressão não provocada”.
“Unidade nacional frente à agressão”
Para além do front militar, Pakpour destacou que os bombardeios fortaleceram a unidade nacional dentro do Irã. Segundo ele, há um movimento crescente de solidariedade da população, que vê na resistência uma questão de soberania e defesa da pátria.
“O inimigo pretendia dividir, mas acabou unindo ainda mais nosso povo”, afirmou o comandante.
Cenário de guerra total se aproxima
O conflito, que já mobiliza múltiplos atores na região, se aproxima perigosamente de um cenário de guerra total. A mobilização das forças iranianas segue em ritmo acelerado, e as operações aéreas contra Israel se intensificam, aumentando o temor de que o confronto ultrapasse as fronteiras dos dois países.
O Diário Carioca acompanha a situação, que também impacta diretamente a segurança global, o mercado internacional de petróleo e as cadeias de abastecimento, especialmente diante da possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz e retaliações em outros pontos do Oriente Médio.
Israel e Irã em rota de colisão
De um lado, o governo do Irã sustenta que as ofensivas fazem parte de uma estratégia defensiva, voltada à proteção de sua soberania. Do outro, Israel afirma que atua em “autodefesa contra ameaças existenciais”, enquanto mantém sua própria ofensiva ativa.
A situação se agrava ainda mais com a intervenção direta dos Estados Unidos, cujos bombardeios contra o Irã, autorizados pelo presidente Donald Trump, adicionaram uma nova camada de tensão ao conflito.
Desdobramentos imprevisíveis
Especialistas alertam que a continuidade dos ataques entre Irã e Israel — somada à participação direta dos Estados Unidos — cria um ambiente de altíssimo risco geopolítico, com impacto direto na estabilidade global e na segurança energética.
Enquanto isso, nas ruas de Teerã e de cidades israelenses, a população vive sob constante ameaça de novos bombardeios, abrigando-se em bunkers e tentando sobreviver ao colapso iminente da normalidade.
O Carioca Esclarece
A Guarda Revolucionária do Irã é uma força militar paralela às Forças Armadas regulares, com enorme influência política, econômica e estratégica no país. Suas operações independentes são consideradas pilares da defesa iraniana.
FAQ
Por que o Irã intensificou os ataques contra Israel?
Em resposta direta aos bombardeios israelenses contra instalações nucleares e civis no Irã, além da recente ofensiva dos Estados Unidos.
O conflito pode se transformar em guerra regional?
Sim. A escalada atual envolve risco real de expansão, afetando outros países do Oriente Médio e comprometendo a estabilidade global.
Qual é o papel dos EUA nesse conflito?
Os Estados Unidos realizaram bombardeios contra alvos no Irã, o que ampliou ainda mais a tensão e fortaleceu a reação iraniana contra Israel.