18 de junho de 2025 — Tel Aviv | Diário Carioca
O governo de Israel emitiu um alerta preocupante à população no domingo (15), reconhecendo que seu sistema de defesa antimísseis apresenta limitações. O comunicado foi divulgado após uma nova onda de ataques com mísseis e drones lançados pelo Irã, no quarto dia de intensificação do conflito no Oriente Médio, que já provocou pelo menos 128 mortos no Irã e 14 em Israel.
Apesar de contar com uma das defesas aéreas mais sofisticadas do mundo, Israel admitiu que o sistema “não é hermético” e que algumas ameaças podem ultrapassar as barreiras de proteção. “A defesa não é infalível”, afirmou o comando militar israelense, recomendando que a população continue seguindo rigorosamente as instruções da Frente Interna.
Sirenes, explosões e destruição
Na noite de domingo, sirenes voltaram a soar em diversas cidades de Israel, incluindo Tel Aviv e Haifa, alertando para novos lançamentos de mísseis vindos do Irã. Relatos de explosões e destroços foram registrados, especialmente nas regiões costeiras.
Pouco depois dos ataques, um novo comunicado do exército israelense liberou os civis para saírem dos abrigos. Equipes de resgate atuaram nas áreas atingidas, apurando os danos causados pelos projéteis que não foram interceptados.
Como funciona a defesa de Israel — e onde ela falha
O arsenal antimísseis israelense é composto por três sistemas principais:
- Domo de Ferro: Focado na interceptação de foguetes de curto alcance e morteiros disparados de até 70 km.
- Estilingue de Davi: Capaz de neutralizar mísseis de médio alcance, balísticos e de cruzeiro, até 300 km.
- Arrow 2 e Arrow 3: Projetados para derrubar mísseis balísticos de longo alcance, disparados de até 2.400 km.
Apesar da robustez, o próprio governo reconhece que nenhum desses sistemas oferece proteção absoluta, especialmente diante de ataques simultâneos e em larga escala, como os que vêm sendo realizados pelo Irã desde a última sexta-feira.
O saldo da guerra até agora
O conflito que já deixa ao menos 248 mortos, segundo autoridades.. Enquanto Israel afirma que seus alvos são exclusivamente instalações militares e nucleares, o governo iraniano denuncia que a maioria das vítimas em seu território são civis.
A operação Leão Ascendente
A escalada começou com a ofensiva batizada de Leão Ascendente, lançada por Israel contra o programa nuclear iraniano. O governo israelense justifica a ação como “preventiva”, com o objetivo de impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã.
Em retaliação, o governo iraniano disparou uma combinação de drones e mísseis contra o território israelense, provocando destruição e mortes. A retórica entre os dois países se intensificou ao longo dos últimos dias, com ameaças públicas e promessas de vingança.
No sábado (14), Israel também atacou instalações de petróleo e gás no Irã, enquanto o país persa respondeu mirando pontos estratégicos em Israel, como uma refinaria na cidade de Haifa.
Netanyahu promete intensificar os ataques
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez um pronunciamento no sábado, afirmando que os ataques israelenses devem continuar “até que todas as bases iranianas sejam destruídas”. A declaração gerou apreensão internacional sobre uma possível escalada que pode envolver outros países da região — e até potências globais.
A sombra de uma guerra regional
Enquanto a troca de ataques segue, cresce o temor de que a tensão evolua para uma guerra de proporções regionais, com impactos diretos no fornecimento de petróleo, na estabilidade econômica global e na segurança de milhões de civis.