Teerã, 23 de junho – Após promover uma série de bombardeios brutais contra civis e infraestruturas no Irã, o regime de Israel simulou nesta segunda-feira (23) um suposto desejo de cessar-fogo. A resposta de Teerã foi imediata: “ainda não é hora” de encerrar a guerra enquanto persistirem agressões e chantagens.
Tentando se apresentar como interessado na paz depois de espalhar destruição no Oriente Médio, o governo de Benjamin Netanyahu voltou a recorrer à velha tática colonial: exigir a rendição total do adversário. A proposta de cessar-fogo feita por Tel Aviv tem como condição a entrega completa do programa nuclear iraniano — algo que Teerã rejeita de forma categórica.
A resposta veio horas após o Irã, legitimamente, retaliar ataques covardes realizados pelos Estados Unidos contra seu território, atingindo bases militares norte-americanas no Catar e no Iraque.
O regime sionista, que há décadas pratica ocupações, bombardeios e assassinatos seletivos contra populações da Palestina, do Líbano, da Síria e agora do Irã, tenta mais uma vez impor sua agenda por meio da força. Mesmo após lançar mísseis sobre instalações civis, prisões e prédios do governo iraniano, Tel Aviv finge oferecer “paz” — desde que seja nos termos da dominação.
Netanyahu e seu ministro da Defesa, Israel Katz, afirmaram que os bombardeios foram feitos com “intensidade sem precedentes”. As ofensivas atingiram, além da Guarda Revolucionária, a prisão de Evin, onde estão opositores políticos, advogados, jornalistas e ativistas iranianos.
Enquanto isso, o Irã mantém sua posição: só haverá trégua quando cessarem os ataques tanto de Israel quanto do imperialismo estadunidense, que atua como braço militar do Ocidente no Oriente Médio, em permanente violação do direito internacional e da soberania de nações inteiras.
O Diário Carioca ressalta que o conflito, iniciado em 13 de junho após agressões diretas de Washington contra o Irã, já provocou mais de 3 mil mortes no território iraniano, enquanto o número de vítimas em Israel permanece amplamente inferior. A assimetria reflete o desequilíbrio de poder militar, tecnológico e econômico — sustentado há décadas por bilhões de dólares em armamentos fornecidos pelos Estados Unidos.
O governo iraniano, por sua vez, afirma que não aceitará qualquer acordo baseado em chantagem, sanções ou ameaça militar, e deixa claro que sua luta é também pela autodeterminação de todos os povos vítimas das políticas coloniais impostas pelo eixo Estados Unidos-Israel.
O Carioca Esclarece:
O termo “cessar-fogo” no direito internacional pressupõe boa-fé entre as partes. No entanto, quando uma das partes impõe condições de rendição total, não se trata de um cessar-fogo, mas de prolongamento da opressão por outros meios.
FAQ – Perguntas Frequentes:
- Por que o Irã rejeitou o cessar-fogo?
Porque Israel exige a rendição completa, incluindo o fim do programa nuclear, sem oferecer garantias de que cessará suas agressões. - O que motiva Israel e os EUA a atacarem o Irã?
Interesses econômicos, geopolíticos e a manutenção da hegemonia militar no Oriente Médio, além da defesa do complexo industrial-militar norte-americano. - Qual é a posição do Irã?
Teerã defende o fim dos ataques, o respeito à sua soberania e o direito de desenvolver sua tecnologia, inclusive nuclear, para fins pacíficos, sem imposições externas.