Cidade de Gaza, 10 de agosto de 2025 – Um ataque aéreo de Israel matou neste domingo quatro profissionais da Al Jazeera na Faixa de Gaza. As vítimas são os jornalistas Anas Al-Sharif e Mohammed Qreiqeh, e os cinegrafistas Ibrahim Daher e Mohammed Noufal. O bombardeio também destruiu o pronto-socorro do Hospital Al Shifa, principal unidade médica da região, e feriu outros trabalhadores da imprensa.
Alvo deliberado contra jornalistas
Segundo o diretor do Complexo Médico Al Shifa, os repórteres foram atingidos diretamente dentro de uma tenda de imprensa montada nas proximidades do hospital. O ataque ocorreu após uma campanha pública do porta-voz militar israelense acusando profissionais da Al Jazeera de atuarem para o Hamas, acusação rejeitada pela emissora como parte de uma estratégia para expulsar jornalistas do norte de Gaza e impedir a cobertura de crimes de guerra.
Justificativa militar e censura
Horas antes do ataque, o Exército israelense (IDF) publicou no Telegram que havia “neutralizado” Anas Al-Sharif, chamando-o de “terrorista disfarçado de jornalista” e acusando-o de chefiar uma célula do Hamas. Em julho, a Al Jazeera já havia denunciado essa narrativa como uma tentativa de justificar assassinatos de jornalistas e intimidar a imprensa internacional.
Escalada contra a liberdade de imprensa
A ofensiva israelense contra comunicadores em Gaza segue um padrão documentado por entidades como Repórteres Sem Fronteiras, que alertam para o risco de extermínio do jornalismo independente no território palestino. A destruição do pronto-socorro também agrava a crise humanitária, deixando feridos sem atendimento e sobrecarregando o sistema de saúde já colapsado.