Washington, 20 de junho de 2025 — Uma declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro virou elemento de uma polêmica obra de arte instalada em Washington, nos Estados Unidos, que critica diretamente o ex-presidente norte-americano Donald Trump. A escultura, batizada de “Aprovado pelo Ditador”, foi erguida no National Mall no último dia 14 e estampa, em uma das placas, a frase dita por Bolsonaro: “Temos muitos valores em comum. Admiro o presidente Trump.”
A obra apresenta uma mão dourada fazendo o sinal de positivo, esmagando a coroa da Estátua da Liberdade, em uma representação simbólica da destruição dos princípios democráticos. Ao redor da peça, quatro placas exibem declarações de líderes que, ao longo dos anos, manifestaram apoio explícito a Trump — entre eles, o próprio Bolsonaro.
Monumento denuncia autoritarismo global
A instalação tem forte apelo político e foi organizada em protesto contra a crescente escalada autoritária de Trump, especialmente após seu retorno ao cenário político dos EUA. A obra faz referência direta ao alinhamento de Trump com líderes de extrema direita e governos de perfil autocrático ao redor do mundo.
Além da frase de Bolsonaro, aparecem também declarações de Vladimir Putin, presidente da Rússia — “Trump é um homem muito brilhante e talentoso” — e de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria — “A pessoa mais respeitada e mais temida é Donald Trump”.
A escultura foi estrategicamente instalada durante uma parada militar organizada por Trump, em comemoração aos 250 anos do Exército dos Estados Unidos, evento amplamente criticado por reproduzir práticas típicas de regimes autoritários, como os da Coreia do Norte, da Rússia e da China.

Obra provoca reação política e expõe constrangimento internacional
A obra recebeu autorização do Serviço Nacional de Parques dos EUA e ficará exposta até o próximo domingo (22). Sua presença causou forte repercussão entre visitantes e na comunidade política americana, especialmente por escancarar a associação pública de Trump com figuras globais ligadas ao extremismo, ao autoritarismo e à erosão democrática.
Em tom irônico, a Casa Branca respondeu com uma nota curta: “Vocês têm a liberdade de exibir sua chamada ‘arte’, não importa quão feia ela seja.” A declaração reforça o contraste entre a defesa da liberdade de expressão e os valores antidemocráticos que a obra denuncia.
O Diário Carioca destaca que, mais uma vez, a figura de Jair Bolsonaro aparece ligada a movimentos internacionais de ultradireita e a líderes que atacam instituições democráticas. Sua frase, agora eternizada em uma obra de protesto no centro do poder americano, simboliza a vergonha diplomática e o alinhamento ideológico que marcou sua gestão.
Obra escancara alinhamento da extrema direita global
A presença da frase de Bolsonaro na escultura não é casual. Ela simboliza, de forma direta, a interligação dos movimentos de extrema direita que atuaram, e seguem atuando, para corroer democracias pelo mundo.
A escolha do National Mall — local de memoriais que celebram os maiores líderes democráticos da história dos EUA — reforça a mensagem crítica da obra: alertar a sociedade americana e o mundo sobre os riscos da ascensão de figuras autoritárias, muitas delas legitimadas por discursos como o do próprio ex-presidente brasileiro.
O Carioca Esclarece
O National Mall, em Washington, é o principal espaço cívico dos Estados Unidos, abrigando monumentos dedicados à democracia, como os memoriais de Abraham Lincoln e Martin Luther King Jr..
FAQ
Por que há uma frase de Bolsonaro na escultura em Washington?
Porque a obra denuncia o apoio público que Jair Bolsonaro declarou a Donald Trump, alinhando-se ideologicamente ao ex-presidente dos EUA.
O que representa a escultura “Aprovado pelo Ditador”?
A obra simboliza como o autoritarismo destrói a democracia. A mão dourada faz sinal de positivo esmagando a coroa da Estátua da Liberdade.
Quem mais aparece citado na obra?
Além de Bolsonaro, há declarações de Vladimir Putin, presidente da Rússia, e de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, ambos aliados políticos e ideológicos de Trump.