Jornalista Marina Ovsyannikova protesta contra guerra no maior noticiário estatal russo: "Eles estão mentindo para você aqui"

Marina Ovsyannikova, funcionária do canal estatal russo 1, Piervy Kanal, entrou na transmissão ao vivo do noticiário mais assistido da rede na noite de segunda-feira, gritando "Pare a guerra!" e segurando uma placa que dizia "Eles estão mentindo para você aqui".

Marina Ovsyannikova, funcionária do canal estatal russo 1, Piervy Kanal, entrou na transmissão ao vivo do noticiário mais assistido da rede na noite de segunda-feira, gritando “Pare a guerra!” e segurando uma placa que dizia “Eles estão mentindo para você aqui”.

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“Parem a guerra. Não acreditem na propaganda. Eles mentem-vos aqui”, refere o cartaz mostrado às 21h35, horário de Moscovo (menos três horas em Lisboa), por Marina Ovsyannikova, enquanto aparecia atrás da apresentadora do noticiário, Ekaterina Andreeva, a gritar “Não à guerra!”. A transmissão do estúdio foi abruptamente mudada para a de uma peça com um hospital.

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De acordo com a agência de notícias TASS, após o protesto Marina foi detida e se encontra agora na esquadra da polícia no distrito de Ostankino, em Moscovo.

Antes do protesto, Marina Ovsyannikova deixou um vídeo nas redes sociais em que disse estar “envergonhada” por ser funcionária do Piervy Kanal. “O que está a acontecer na Ucrânia é um crime e a Rússia é o agressor”, disse, explicando que o seu pai é ucraniano.

“Toda a responsabilidade desta agressão recai na consciência de uma pessoa: Vladimir Putin. O meu pai é ucraniano e a minha mãe russa. Nunca foram inimigos. Infelizmente, durante os últimos anos trabalhei no Canal Um a promover a propaganda do Kremlin e por isso sinto vergonha”, afirma, acrescentando que permitiu que “mentiras fossem contadas na TV” e que “o povo russo foi zombificado”.

“Ficámos calados quando tudo isto começou em 2014. Não protestamos quando o Kremlin envenenou Navalny. Continuamos a assistir silenciosamente a este regime desumano. E agora todo o mundo se virou contra nós. Dez gerações dos nossos descendentes não vão poder fazer esquecer a vergonha desta guerra fratricida.”

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