Verdades

Lula diz que ‘tirania do veto’ impede ONU de evitar atrocidades e volta a afirmar que Gaza sofre ‘genocídio’

Presidente brasileiro discursou em conferência sobre a Palestina, em Nova York, na véspera de abrir a Assembleia Geral da ONU

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Lula Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (22) o sistema de veto do Conselho de Segurança da ONU e voltou a classificar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza como “genocídio”. A declaração foi dada durante a Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Palestina, em Nova York, organizada por França e Arábia Saudita.

Segundo Lula, a estrutura atual do Conselho de Segurança inviabiliza a missão da ONU de impedir atrocidades.

O veto dos EUA e a guerra em Gaza

Na semana passada, os Estados Unidos vetaram uma resolução que exigia cessar-fogo imediato em Gaza e a suspensão de restrições à entrada de ajuda humanitária. A proposta recebeu 14 votos favoráveis entre os 15 membros do Conselho de Segurança, mas foi barrada pelo poder de veto norte-americano.

Lula afirmou que o direito de defesa de Israel contra o Hamas “não autoriza a matança indiscriminada de civis” e reforçou que não há termo mais adequado do que “genocídio” para descrever a crise em Gaza.

Reconhecimento do Estado Palestino

Durante a conferência, a França anunciou oficialmente o reconhecimento do Estado da Palestina. O presidente Emmanuel Macron afirmou que a medida busca preservar a possibilidade da solução de dois Estados, com israelenses e palestinos vivendo em paz e segurança.

Mais de 140 países já reconhecem a Palestina, entre eles o Brasil. No último domingo (21), Reino Unido, Canadá e Austrália também aderiram ao movimento.

Discurso na ONU nesta terça-feira

Nesta terça (23), Lula abrirá a Assembleia Geral da ONU com um discurso que deve abordar:

  • defesa do multilateralismo e reforma da ONU;
  • críticas indiretas a Donald Trump e às tarifas impostas ao Brasil;
  • defesa da democracia e reconhecimento da independência do STF;
  • meio ambiente e transição energética, em preparação para a COP30;
  • pedido por cessar-fogo na guerra da Ucrânia.
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.