Sydney, Austrália – 3 de agosto de 2025 – Pelo menos 100 mil pessoas participaram neste domingo de um protesto em massa na Ponte Harbour, em Sydney, contra a atuação de Israel na Faixa de Gaza.
A manifestação denunciou crimes de guerra e a fome enfrentada por crianças palestinas, em meio à campanha militar israelense.
Ponte Harbour é tomada por manifestantes
O ato foi organizado pelo Palestine Action Group e teve início por volta das 13h (horário local), com concentração no Lang Park, no centro da cidade. A Ponte Harbour, um dos pontos turísticos mais conhecidos da Austrália, foi fechada às 11h30 e tomada por manifestantes ao longo de seus 1,2 quilômetros.
Apesar da forte chuva, a adesão superou as expectativas. A polícia do estado de New South Wales (NSW) estimou inicialmente 90 mil pessoas, mas organizadores afirmaram que o número real pode ter ultrapassado 300 mil.
Segundo Peter McKenna, vice-comissário interino da Polícia de NSW, foi o maior protesto que ele e outros comandantes presenciaram em Sydney nas últimas décadas.
Marcha foi interrompida por alerta de segurança
Às 15h, a polícia estadual enviou uma mensagem de texto em massa aos celulares da região determinando o fim do ato por razões de segurança pública. Os participantes foram orientados a retornar ao centro da cidade.
Em declaração ao jornal britânico The Guardian, o organizador Josh Lees afirmou: “Esta é uma marcha em massa pela humanidade para impedir um genocídio.”
O grupo exigiu o cessar-fogo imediato em Gaza, o fim do bloqueio israelense e a responsabilização de autoridades por crimes de guerra.
Contexto internacional e pressão diplomática
O protesto em Sydney ocorre em meio à crescente pressão internacional sobre o governo de Israel, acusado por órgãos de direitos humanos e agências da ONU de utilizar a fome como arma de guerra na Faixa de Gaza.
Segundo o último relatório da UNICEF, mais de 17 mil crianças palestinas estão em situação de desnutrição aguda, agravada pelo bloqueio de alimentos e medicamentos.
No mesmo dia do protesto, um enviado dos Estados Unidos (EUA) afirmou a famílias de reféns israelenses que trabalha para um acordo que leve ao fim da guerra.
Leia mais em www.diariocarioca.com/politica
Entenda as críticas ao governo de Israel por sua atuação em Gaza
Por que manifestantes em Sydney acusam Israel de genocídio?
Os organizadores alegam que os ataques deliberados à infraestrutura civil, aliados ao bloqueio de suprimentos, configuram tentativa sistemática de extermínio do povo palestino, o que se enquadraria na definição de genocídio segundo o Direito Internacional.
O que motivou o protesto na Austrália?
Além da comoção internacional, a mobilização foi impulsionada por denúncias de uso de fome como arma de guerra. Imagens e relatórios recentes mostram crianças em estado grave de desnutrição em Gaza.
Houve repressão policial ou confrontos?
Não. Apesar do alto número de participantes, a polícia de NSW relatou que a manifestação foi pacífica. A interrupção do ato ocorreu por medida preventiva, segundo autoridades.
Qual a posição oficial do governo australiano?
Até o momento, o governo da Austrália tem adotado uma postura de cautela, condenando ataques a civis, mas evitando acusações diretas a Israel. Parlamentares da oposição pedem uma posição mais firme.
Mobilização pressiona governos e expõe divisão diplomática
O ato em Sydney expõe não apenas o descontentamento de parte significativa da população australiana, mas também a dificuldade de governos ocidentais em manter apoio irrestrito a Israel diante das evidências de catástrofe humanitária.
Organizações internacionais alertam para a possibilidade de responsabilização criminal de autoridades israelenses em tribunais internacionais. A mobilização global deve continuar ganhando força, com novos protestos previstos em Londres, Toronto e São Paulo nas próximas semanas.