Paris – A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, afirmou neste domingo (6) que sofre uma “perseguição política” após ser condenada por desvio de fundos europeus. Ela não poderá disputar as eleições presidenciais de 2027, mas garantiu que não pretende abandonar a vida pública.
Durante manifestação na praça Vauban, próxima aos Inválidos, Le Pen comparou sua situação à de outros políticos conservadores, como Matteo Salvini, da Itália, e André Ventura, de Portugal. Ela também citou o ativista Martin Luther King como símbolo da luta pelos direitos civis.
Marine Le Pen denuncia decisão como política
Ao discursar para milhares de apoiadores, Le Pen declarou que sua condenação não foi resultado de um julgamento justo. “Não foi uma decisão da justiça, foi uma decisão política”, disse ela, sob aplausos dos militantes da União Nacional (RN).
A sentença determina quatro anos de prisão, sendo dois com pulseira eletrônica, além de torná-la inelegível por cinco anos. Ela criticou o que chamou de “mentiras, calúnias e falsos julgamentos”.
Ventura evita solidariedade e critica decisão judicial
Apesar de ter sido citado por Le Pen como vítima de perseguição judicial, o líder do partido português Chega, André Ventura, não manifestou apoio à dirigente francesa. Em vez disso, comparou o caso dela ao do primeiro-ministro Luís Montenegro.
Ventura comentou que a justiça francesa teria agido com mais rigor se o processo envolvesse o premiê português. “A justiça francesa já o teria algemado e levado para uma prisão em Paris”, declarou.
Comparação com Martin Luther King
Marine Le Pen afirmou que a luta de seu partido seguirá “pacífica e democrática” e usou a figura de Martin Luther King como exemplo de resistência civil. Segundo ela, os direitos dos franceses estão sendo colocados em risco com sua inelegibilidade.
“Não é apenas o meu futuro que está em jogo, mas o do povo francês”, disse. Ela alegou que era favorita nas últimas eleições presidenciais e que os eleitores perderam o direito de escolha.
Bardella lidera manifestação em apoio
O protesto deste domingo foi convocado por Jordan Bardella, atual presidente do União Nacional. Ele incentivou os simpatizantes do partido a se manifestarem contra a decisão judicial.
Contudo, parte da oposição criticou o ato, alegando que a manifestação representava um ataque à independência do Judiciário francês, um princípio essencial da democracia.
Sondagem mostra apoio à candidatura de Le Pen
Na véspera do protesto, uma pesquisa de opinião mostrou que 49% dos franceses querem que Marine Le Pen concorra nas eleições presidenciais de 2027. O apoio subiu sete pontos percentuais em um mês.
Entenda o caso: inelegibilidade de Marine Le Pen
Saiba o que levou à condenação da líder da extrema-direita:
- Marine Le Pen foi condenada por desvio de fundos da União Europeia
- A Justiça determinou quatro anos de prisão, com dois de pulseira eletrônica
- A sentença tornou a ex-candidata inelegível por cinco anos
- Le Pen comparou sua situação à de Salvini e Ventura
- Ela alegou perseguição política e disse que o caso ameaça a democracia
- O protesto em Paris reuniu milhares de apoiadores do partido União Nacional
- A ação foi convocada por Jordan Bardella
- Parte da oposição acusou o ato de desrespeitar a independência do Judiciário
- Uma pesquisa apontou que 49% dos franceses ainda apoiam sua candidatura