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Misoginia digital: indústria de ódio dos frouxos que fatura bilhões

A crescente proliferação de conteúdos misóginos nas redes sociais se tornou mais do que uma questão de comportamento online. Segundo um levantamento realizado pelo NetLab (UFRJ) e o Ministério das Mulheres, a disseminação de discurso de ódio contra mulheres no YouTube se transformou em uma verdadeira indústria, movimentando milhões de reais. Com 3,9 bilhões de visualizações acumuladas entre 2018 e 2024, canais especializados em misoginia lucram com a propagação de conteúdos agressivos, muitas vezes escondidos atrás de perfis anônimos.

Por outro lado, mulheres enfrentam um ataque contínuo e sistemático. Para preservar sua saúde mental, muitas preferem se afastar de redes sociais ou limitar a interação, com medo de novos ataques. Ao mesmo tempo, influenciadores que promovem o discurso de ódio seguem se beneficiando do algoritmo das plataformas, que privilegia conteúdos que geram reações extremas.

Indústria do ódio: mais de 137 canais envolvidos
A análise de 137 canais do YouTube, realizada entre 2018 e 2024, revela a profissionalização e organização do conteúdo machista. Segundo o levantamento, os criadores desses vídeos operam como uma verdadeira “máquina do ódio”, com uma clara estratégia de gerar reações intensas, que alimentam ainda mais esse ciclo de misoginia.

Esses canais, em sua maioria, têm como alvo mulheres em situações vulneráveis, como mães solo, mulheres negras e aquelas com mais de 30 anos. Com uma quantidade impressionante de visualizações, essas plataformas se sustentam pela busca por likes, visualizações e, principalmente, pela monetização de conteúdos de ódio.

Estratégias de manipulação e novos estereótipos
O estudo revela que a misoginia digital segue um padrão baseado no medo e na manipulação. Influenciadores de ódio vendem a ilusão de “proteção” e “poder”, convencendo os homens de que estão sendo atacados. Esses criadores, muitas vezes anônimos, ganham dinheiro com cursos, lives e conteúdos pagos, baseados em discursos de intolerância e medo.

De acordo com especialistas, como a psicóloga Ediane Ribeiro, essa estratégia de marketing digital é eficaz porque cria um clima de insegurança entre os homens, que se veem como parte de um grupo oprimido e, por isso, buscam se proteger através de ideias conservadoras e discriminatórias. Além disso, os estereótipos de gênero antigos e reforçados nesse contexto criam uma estrutura ainda mais tóxica para as mulheres nas redes sociais.

Ações das plataformas ainda são insuficientes
Apesar da gravidade da situação, as plataformas de redes sociais não têm tomado ações efetivas contra o problema. Instagram, Facebook e TikTok, grandes players no cenário digital, ainda demonstram uma postura tímida diante do impacto da misoginia. Enquanto isso, o YouTube, por exemplo, removeu mais de 2,4 milhões de vídeos em 2024 no Brasil, um número que, embora significativo, ainda parece insuficiente diante da dimensão do problema.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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