O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (28) que o país não cederá à pressão dos Estados Unidos, após o envio de navios de guerra norte-americanos à costa venezuelana. Segundo Maduro, a soberania nacional será preservada e qualquer tentativa de invasão será repelida.
Escalada militar dos EUA
O governo de Donald Trump enviou embarcações militares, alegando conter grupos de narcotráfico sul-americanos. Washington acusa Maduro de ligação com o cartel de Los Soles, suspeita que Caracas classifica como infundada e parte de uma ofensiva política da Casa Branca.
Analistas apontam que a operação naval envolve cerca de 4 mil militares e representa a maior movimentação dos EUA na região desde os anos 1990, reforçando a pressão sobre o governo venezuelano após sanções econômicas fracassadas.
Reação venezuelana e mobilização
Maduro anunciou que a Venezuela deslocou helicópteros, drones, navios e 15 mil militares para reforçar a fronteira com a Colômbia, considerada estratégica para eventuais incursões.
“Nem sanções, nem bloqueios, nem guerra psicológica, nem assédio. Não puderam, nem poderão. Não há como entrarem na Venezuela”, afirmou o presidente.
Ele ressaltou ainda que Caracas conta com mais apoio internacional do que nunca e que cada ameaça dos EUA terá uma resposta proporcional e firme.
Posicionamento da Casa Branca
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que Trump pretende usar “todo o poder” dos Estados Unidos contra cartéis de drogas, afirmando:
“O regime Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel de narcoterrorismo. Estamos preparados para impedir que as drogas cheguem ao nosso país e trazer os responsáveis à Justiça.”
Embora o envio de navios não tenha sido confirmado oficialmente, a movimentação militar sinaliza uma estratégia de cerco ao governo venezuelano.
Impactos regionais
Para Caracas, a presença de embarcações estadunidenses constitui uma ofensiva imperialista, destinada a fragilizar o país e enfraquecer sua presença política na América Latina. A escalada aumenta a tensão no continente e representa risco à estabilidade interna, afetando relações com aliados e vizinhos, incluindo Brasil, Colômbia e Mercosul.


