A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira (12) uma resolução que apoia a criação de um governo palestino livre do Hamas. O texto obteve 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções, sendo considerado um avanço político em direção à solução de dois Estados.
De acordo com a resolução, após o fim da guerra em Gaza, “o Hamas deve cessar de exercer sua autoridade sobre a Faixa de Gaza e entregar suas armas à Autoridade Palestina, com apoio e cooperação da comunidade internacional, de acordo com o objetivo de um Estado soberano e independente da Palestina”.
Resolução endossa a Declaração de Nova York
O documento condena os ataques de 7 de outubro, exige a libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas — apenas 20 das 57 pessoas sequestradas estariam vivas — e reafirma o apoio à criação de um Estado palestino independente.
A resolução também respalda a chamada Declaração de Nova York, elaborada em junho pela Arábia Saudita e pela França, que deve ser formalizada em uma reunião de alto nível da ONU neste mês. Países como Reino Unido, Canadá e Austrália já anunciaram que reconhecerão oficialmente o Estado da Palestina.
Votos contrários e reação de Israel
Entre os países que votaram contra estão Israel, Estados Unidos, Hungria e Argentina. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, criticou duramente a decisão: “Isso não é diplomacia, é teatro, uma encenação cuidadosamente ensaiada para as manchetes, e não paz”.
O texto ainda prevê a implantação de uma missão temporária de estabilização internacional, sob mandato do Conselho de Segurança da ONU, para proteger a população, apoiar o fortalecimento das instituições palestinas e oferecer “garantias de segurança à Palestina e a Israel”.
A posição do Hamas
A liderança do Hamas rejeitou a proposta de desarmamento sem contrapartidas. O grupo afirmou que qualquer processo depende da retirada de Israel dos territórios palestinos e da criação de um Estado palestino soberano.
A resistência do Hamas amplia os desafios para a implementação da resolução, que, embora vista como vitória diplomática, enfrenta obstáculos práticos diante do conflito em curso.