Palestinas no Brasil propõem boicote a Israel inspirado no apartheid

Redacao
Por Redacao - Equipe
5 Min Read
Palestinas no Brasil propõem boicote a Israel inspirado na luta contra o apartheid; Soraya Misleh destaca responsabilidades internacionais.
Resumo

Palestinas organizadas no Brasil propõem um movimento de pressão contra Israel inspirado na campanha de boicote ao apartheid na África do Sul. Soraya Misleh destaca a responsabilidade do Brasil em romper relações com Israel e compartilha experiências pessoais sobre sua conexão com a Palestina. O movimento visa aumentar a visibilidade das mulheres palestinas e abordar questões históricas relacionadas à expulsão da população palestina

São Paulo – Brasil – Palestinas organizadas no Brasil propõem um movimento de pressão contra Israel, similar à campanha de boicote ao apartheid na África do Sul.

A coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino SPSoraya Misleh, enfatizou a responsabilidade dos Estados em relação à convenção para a prevenção e repressão ao genocídio. “O Brasil é signatário desde 1952. Então, precisa romper relações com Israel”, afirmou.

Em uma entrevista à colunista Bianca Santana, da Folha, Soraya compartilhou que resistir significa muito mais do que apenas protestar.

“Algumas vezes, resistir é uma jovem tocar alaúde para distrair crianças palestinas do som das bombas. Resistir é transformar as associações de mulheres em Gaza em centros para atender feridos”, disse ela.

Soraya, que é jornalista palestino-brasileira e possui mestrado e doutorado em estudos árabes pela USP, já esteve três vezes na Palestina.

Experiências Pessoais

Soraya relatou que conheceu a aldeia onde seu pai nasceu em 2010, após ser expulso com a família aos 13 anos.

“A aldeia do meu pai foi uma das cerca de 500 destruídas em 1948. Quando fui pra lá, ele me pediu duas coisas: terra e azeite”, contou.

Em tentativas posteriores de retornar, Israel proibiu sua entrada, alegando que ela representava uma ameaça à segurança por ser palestina e jornalista.

Visibilidade das Mulheres Palestinas

Soraya destacou que, apesar da intensa cobertura da imprensa sobre a região, a perspectiva das mulheres palestinas frequentemente não aparece.

O objetivo do movimento é pressionar Israel de maneira semelhante ao boicote que ocorreu na África do Sul nos anos 1990. “Todos os Estados têm responsabilidade com a convenção para a prevenção e repressão ao genocídio”, reiterou.

A colunista Bianca Santana mencionou que tem ouvido diversas vozes, incluindo palestinos, israelenses e brasileiros, com diferentes pontos de vista políticos. Ela ressaltou que a defesa da coexistência pacífica entre dois Estados é uma proposta comum entre vários grupos.

Contexto Histórico

Soraya também fez um relato histórico sobre a expulsão de seu pai e outros palestinos em 1948. “Meu pai foi um dos 800 mil palestinos expulsos das suas terras violentamente, quando Israel se criou sobre os corpos palestinos”, afirmou. Ela destacou o impacto contínuo dessa fragmentação na sociedade palestina.

Bianca Santana acrescentou que a violência anterior ao dia 7 de outubro de 2023 tem pouca visibilidade no debate público, mas é fundamental para entender o contexto atual. “No último ano, 11 mil mães palestinas perderam suas crianças em Gaza”, disse ela, enfatizando a necessidade de solidariedade e luta organizada pelo cessar-fogo e pela paz.


LEIA TAMBÉM

Perguntas Frequentes sobre o Movimento

O que as palestinas no Brasil estão propondo?

Elas sugerem um movimento de pressão contra Israel inspirado na campanha de boicote ao apartheid na África do Sul.

Quem é Soraya Misleh?

Soraya é coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino SP e possui mestrado e doutorado em estudos árabes pela USP.

Qual é a responsabilidade do Brasil segundo Soraya?

Ela afirma que o Brasil deve romper relações com Israel devido à sua assinatura da convenção para a prevenção e repressão ao genocídio.

Que experiências pessoais Soraya compartilhou?

Ela relatou suas tentativas de visitar a aldeia onde seu pai nasceu e as dificuldades enfrentadas por ser considerada uma ameaça à segurança.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Share This Article
Leave a Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *