segunda-feira, março 10, 2025

Planos de Trump em Gaza são comparados ao Plano Madagascar, de Hitler

Trump faz gesto nazista na capa da revista alemã Stern
Trump faz gesto nazista na capa da revista alemã Stern

Washington – Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma proposta controversa para a Faixa de Gaza.

Ele sugeriu que os palestinos fossem removidos do território, enquanto o local passaria por um processo de “reconstrução” com investimentos estrangeiros. A ideia gerou críticas imediatas e comparações a planos de deportação forçada do regime nazista.

Trump descreveu sua visão para a região com entusiasmo. “Podemos transformar aquilo em algo incrível, uma verdadeira Riviera do Oriente Médio. Criar milhares de empregos, fazer crescer a economia”, afirmou.

No entanto, ele ignorou o fato de que essa transformação envolveria o deslocamento forçado da população palestina, algo que viola tratados internacionais, como a Quarta Convenção de Genebra.

Ecos históricos: semelhança com o Plano Madagascar

A proposta de Trump despertou paralelos com o Plano Madagascar, idealizado pela Alemanha nazista em 1940. O plano visava deportar toda a população judaica da Europa para a ilha africana, na época uma colônia francesa.

O projeto, inicialmente promovido pelo chefe de assuntos judaicos do Ministério das Relações Exteriores nazista, Franz Rademacher, contou com o apoio de figuras como Julius Streicher, Hermann Göring e Alfred Rosenberg. Em 1942, foi abandonado e substituído pela chamada “Solução Final”, resultando no extermínio em massa de milhões de judeus no Holocausto.

Agora, com a proposta de Trump, especialistas apontam a repetição de uma lógica semelhante: remover um povo de seu território sob a justificativa de desenvolvimento econômico, ignorando sua identidade e seus direitos.


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O bloqueio de Gaza e o apagamento da identidade palestina

A destruição em Gaza não é um fenômeno espontâneo. Há anos, o território sofre ataques e bombardeios israelenses, além de um cerco militar que restringe a entrada de bens essenciais.

Ao sugerir que os palestinos sejam realocados, Trump ignora que muitos dos habitantes de Gaza já são refugiados – descendentes de famílias expulsas de suas terras durante a Nakba de 1948. Agora, enfrentam a ameaça de um novo deslocamento, enquanto seu direito de retorno é cada vez mais negado.

“Madagascar para os Judeus”: caricatura na revista alemã ‘Brennessel’ de 14 de junho de 1938
“Madagascar para os Judeus”: caricatura na revista alemã ‘Brennessel’ de 14 de junho de 1938

Reações internacionais e o risco de um novo genocídio

O governo iraniano alertou que qualquer ação dos EUA e de Israel para remover a população de Gaza seria vista como um crime de guerra. Organizações de direitos humanos também classificaram a proposta como uma tentativa de limpeza étnica.

Enquanto isso, Trump reforça seu apoio incondicional ao governo israelense. Recentemente, ele autorizou o envio de bombas e armamentos para Israel, intensificando o conflito na região.

Entenda o caso: Trump e a realocação forçada de palestinos

  • A proposta: Trump sugeriu remover palestinos de Gaza e reconstruir o território sem sua população original.
  • Comparação histórica: A ideia lembra o Plano Madagascar nazista, que previa a deportação de judeus para a África.
  • Reações: Líderes internacionais condenaram a proposta e alertaram para possíveis crimes de guerra.
  • Situação em Gaza: O território sofre com bombardeios frequentes e um bloqueio que impede a entrada de suprimentos básicos.

Com informações do DCM

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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