Washington – Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma proposta controversa para a Faixa de Gaza.
Ele sugeriu que os palestinos fossem removidos do território, enquanto o local passaria por um processo de “reconstrução” com investimentos estrangeiros. A ideia gerou críticas imediatas e comparações a planos de deportação forçada do regime nazista.
Trump descreveu sua visão para a região com entusiasmo. “Podemos transformar aquilo em algo incrível, uma verdadeira Riviera do Oriente Médio. Criar milhares de empregos, fazer crescer a economia”, afirmou.
No entanto, ele ignorou o fato de que essa transformação envolveria o deslocamento forçado da população palestina, algo que viola tratados internacionais, como a Quarta Convenção de Genebra.
Ecos históricos: semelhança com o Plano Madagascar
A proposta de Trump despertou paralelos com o Plano Madagascar, idealizado pela Alemanha nazista em 1940. O plano visava deportar toda a população judaica da Europa para a ilha africana, na época uma colônia francesa.
O projeto, inicialmente promovido pelo chefe de assuntos judaicos do Ministério das Relações Exteriores nazista, Franz Rademacher, contou com o apoio de figuras como Julius Streicher, Hermann Göring e Alfred Rosenberg. Em 1942, foi abandonado e substituído pela chamada “Solução Final”, resultando no extermínio em massa de milhões de judeus no Holocausto.
Agora, com a proposta de Trump, especialistas apontam a repetição de uma lógica semelhante: remover um povo de seu território sob a justificativa de desenvolvimento econômico, ignorando sua identidade e seus direitos.
LEIA TAMBÉM
O bloqueio de Gaza e o apagamento da identidade palestina
A destruição em Gaza não é um fenômeno espontâneo. Há anos, o território sofre ataques e bombardeios israelenses, além de um cerco militar que restringe a entrada de bens essenciais.
Ao sugerir que os palestinos sejam realocados, Trump ignora que muitos dos habitantes de Gaza já são refugiados – descendentes de famílias expulsas de suas terras durante a Nakba de 1948. Agora, enfrentam a ameaça de um novo deslocamento, enquanto seu direito de retorno é cada vez mais negado.
Reações internacionais e o risco de um novo genocídio
O governo iraniano alertou que qualquer ação dos EUA e de Israel para remover a população de Gaza seria vista como um crime de guerra. Organizações de direitos humanos também classificaram a proposta como uma tentativa de limpeza étnica.
Enquanto isso, Trump reforça seu apoio incondicional ao governo israelense. Recentemente, ele autorizou o envio de bombas e armamentos para Israel, intensificando o conflito na região.
Entenda o caso: Trump e a realocação forçada de palestinos
- A proposta: Trump sugeriu remover palestinos de Gaza e reconstruir o território sem sua população original.
- Comparação histórica: A ideia lembra o Plano Madagascar nazista, que previa a deportação de judeus para a África.
- Reações: Líderes internacionais condenaram a proposta e alertaram para possíveis crimes de guerra.
- Situação em Gaza: O território sofre com bombardeios frequentes e um bloqueio que impede a entrada de suprimentos básicos.
Com informações do DCM