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Putin exige Donbass para encerrar guerra na Ucrânia

Trump pressiona Zelensky a aceitar acordo enquanto Europa anuncia novas sanções contra Moscou

A primeira cúpula entre Rússia e Estados Unidos desde a invasão da Ucrânia terminou sem acordo, mas trouxe uma proposta explosiva. Durante três horas de negociações no Alasca, o presidente russo Vladimir Putin ofereceu encerrar o conflito se Kiev aceitar ceder os territórios de Donetsk e Lugansk, no leste do país — regiões sob ocupação de Moscou desde 2022 e alvo de intensas batalhas.

Pressão direta de Trump sobre Kiev

Segundo o New York Times, a proposta foi apresentada a Donald Trump, que transmitiu a sugestão ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Em entrevista à Fox News, o republicano foi além: incentivou publicamente Kiev a aceitar. “A Rússia é uma grande potência, e eles [os ucranianos], não. Faça o acordo”, declarou Trump.

A postura do presidente norte-americano evidencia a guinada diplomática de Washington desde sua volta ao poder. Enquanto a Europa endurece sanções contra Moscou, a Casa Branca pressiona Kiev a aceitar concessões territoriais.

Zelensky reafirma resistência

Em pronunciamentos recentes, Zelensky reiterou que não abrirá mão de nenhum território ucraniano. O presidente anunciou viagem a Washington para segunda-feira (18), quando se encontrará novamente com Trump. Líderes da União Europeia também foram convidados.

Bruxelas reagiu duramente à proposta russa. Em nota oficial, a UE afirmou que “as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força” e prometeu ampliar sanções contra Moscou.

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O que está em jogo no Donbass

Segundo veículos norte-americanos, Moscou estaria disposta a retirar suas tropas de outras áreas ocupadas, desde que Donetsk e Lugansk sejam incorporadas oficialmente ao território russo. A anexação consolidaria a estratégia iniciada em fevereiro de 2022, quando Putin reconheceu a independência da região como prelúdio da invasão em larga escala.

De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano. A ofensiva no Donbass permanece central na narrativa de Moscou para legitimar a invasão.

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Cúpula com gestos e desconfiança

Apesar da falta de consenso, a reunião foi marcada por declarações cordiais. Putin classificou o encontro como “construtivo” e disse esperar que a “compreensão mútua traga paz”. O líder russo também sinalizou interesse em ampliar relações comerciais com os EUA.

Trump, por sua vez, chamou o diálogo de “muito produtivo” e afirmou que os países “concordaram na maioria dos pontos”. Ainda assim, fez alerta: “Será como uma partida de xadrez”.

No tabuleiro geopolítico, o que se delineia é uma pressão sem precedentes sobre Kiev. Entre a chantagem territorial de Putin e a condescendência de Trump, a soberania ucraniana segue ameaçada.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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