Segundo país da UE com menos vacinados, Romênia enfrenta colapso de hospitais

4 de novembro de 2021
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Bucareste, 4 nov (EFE).- A Romênia é o segundo país da União Europeia (UE) com a menor população vacinada contra a covid-19, com menos de um terço dos habitantes, somente, um fato que vem se traduzindo há três semanas em picos de mais de 400 mortes por dia e em cenas dramáticas no sistema de saúde.

EFE/EPA/ROBERT GHEMENT

Embora o número de infecções diárias tenha diminuído um pouco nos últimos dias, os números ainda são os mais altos desde o início da pandemia.

EFE/EPA/ROBERT GHEMENT

O Hospital de Emergência da Universidade de Bucareste é um dos maiores e mais modernos da Romênia e está sofrendo as consequências dessa explosão de casos graves, que forçou a suspensão de todas as hospitalizações não essenciais e a transferência de dezenas de pacientes para outros países europeus.

A enxurrada de internações de pacientes com sintomas graves do novo coronavírus obrigou o centro médico a converter a recepção em uma UTI improvisada, e ela se tornou um vaivém de macas com novos pacientes esperando para serem admitidos, enquanto inúmeros que sofrem de covid estão conectados a máquinas portáteis de oxigênio por trás de cortinas transparentes.

Esses pacientes chegaram a ser tratados em uma barraca no pátio do hospital.

“É uma situação completamente anormal estar em um espaço externo a 7 graus; um paciente precisa ser tratado dentro do hospital”, alertou o diretor da instituição, Florian Cirstoiu, à Agência Efe, ao destacar a especial virulência com que a covid ataca o organismo dos não vacinados.

Ao contrário de outros hospitais, que se dedicaram inteiramente a tratar pacientes com covid, a Universidade de Bucareste também trata de emergências de outras especialidades.

“Atuamos com um sistema híbrido que é muito difícil de administrar, porque exige separar os casos positivos dos negativos”, disse o médico sobre o procedimento aplicado nos 12 andares do hospital e em todos os departamentos.

Em meio ao difícil cenário, profissionais que trabalham no local passaram a assinar vários atestados de óbito diariamente.

“Quando você tem 10 mortes por dia por departamento, a pressão psicológica para a equipe do hospital é muito forte, porque por trás do drama pessoal está o de uma família, de um marido, de uma mulher, de uma mãe e de um pai”, enfatizou o diretor.

O número excepcionalmente alto de pacientes com problemas respiratórios graves devido à covid fez com que até 400 sistemas de fornecimento de oxigênio funcionassem ao mesmo tempo no hospital.

Profissionais explicaram que essa alta concentração de oxigênio nas salas, aliada à sobrecarga que o equipamento representa para as instalações elétricas cria um alto risco de incêndio e obriga a equipe a tomar ainda mais cuidados.

Nos últimos 14 meses, 27 pessoas morreram em três incêndios diferentes em unidades de tratamento de coronavírus em hospitais romenos. EFE

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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