Rio de Janeiro, 1º de junho de 2025 — Um dos maiores símbolos da França, a Torre Eiffel será iluminada com as cores verde e amarela na próxima sexta-feira, 6 de junho, durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Paris.
A informação foi confirmada pelo Itamaraty e representa não apenas uma deferência diplomática, mas também uma sinalização clara de respeito político por parte do presidente francês Emmanuel Macron ao atual governo brasileiro.
Monumento acende sinal de prestígio internacional
A decisão de iluminar a Torre Eiffel com as cores da bandeira brasileira partiu diretamente do Palácio do Eliseu. Trata-se de um gesto simbólico raro, geralmente reservado a ocasiões de peso geopolítico. Em tempos de rearranjos internacionais e disputas de influência, o gesto de Macron indica uma reaproximação calculada com o Brasil — agora sob nova direção, após os anos de isolamento, desinformação e negacionismo protagonizados por Jair Bolsonaro.
A homenagem acontecerá na noite de sexta-feira, durante o ponto alto da agenda de Lula em Paris, e deve servir de pano de fundo para uma fotografia cuidadosamente planejada: o presidente posará na ponte Alexandre III, com a torre iluminada ao fundo. É mais do que estética: é imagem construída para o jogo político global.
Lula em missão internacional de seis dias
A viagem de Lula à França começa na terça-feira, 3 de junho, e se estenderá por seis dias, com compromissos em Paris e em Nice, na Riviera Francesa. O roteiro oficial detalhado pelo Itamaraty revela uma programação multifacetada: encontros políticos, eventos acadêmicos, pautas econômicas, articulações culturais e discussões de defesa — com destaque para a Conferência da ONU sobre os Oceanos, da qual o Brasil participa como ator estratégico.
A presença brasileira na conferência é um aceno direto à pauta ambiental, cara ao governo francês e central nas negociações multilaterais. Diferentemente do que ocorreu durante o governo anterior, quando a diplomacia brasileira virou motivo de escárnio e isolamento, Lula chega como representante de um país que volta a dialogar — e a incomodar — nos círculos de decisão global.
Imagens que falam mais que palavras
A imagem de Lula em Paris, sob a luz da Torre Eiffel pintada com as cores do Brasil, já circula nas prévias da imprensa francesa como um momento de revalorização das relações bilaterais. Enquanto isso, no Brasil, setores da extrema-direita tentam desqualificar a agenda internacional do presidente, tachando-a de “desnecessária” ou “vaidosa”.
É o mesmo bolsonarismo que sabotou cúpulas internacionais, destruiu pontes diplomáticas e transformou o Brasil em pária ambiental durante quatro anos. Agora, Lula utiliza o soft power e a diplomacia simbólica para recolocar o país no tabuleiro. A Torre Eiffel iluminada não é só um detalhe — é um aviso de que os tempos mudaram.
Paris como palco de reconciliações
A escolha de Paris como palco de tantas imagens estratégicas não é casual. A capital francesa é um centro simbólico de poder e sofisticação, onde o Brasil de Lula pretende ser visto como protagonista, e não como coadjuvante. Reunir-se com Emmanuel Macron, participar de debates acadêmicos e culturais e promover iniciativas ambientais são ações que dialogam diretamente com o projeto de reconstrução de imagem do Brasil.
É um contraste flagrante com a diplomacia do constrangimento que marcou o governo Bolsonaro, quando ministros do Meio Ambiente e das Relações Exteriores ofendiam gratuitamente parceiros europeus e sabotavam tratados.
Uma torre, dois projetos de país
A torre acesa em verde e amarelo sintetiza duas visões de país em disputa: uma, de diálogo, soberania e inserção ativa; outra, de reclusão, paranoia e irrelevância internacional. A agenda de Lula é uma tentativa de reconectar o Brasil com o mundo, ao passo que o bolsonarismo segue tentando manter o país acorrentado a teorias conspiratórias, provincianismo político e negacionismo diplomático.
Mesmo que a visita de Lula desperte críticas, sobretudo da oposição que vive de fabricar narrativas conspiratórias, o simbolismo da Torre Eiffel iluminada dificilmente será apagado das lentes internacionais.
Repercussão e próximos passos
A presença brasileira na França, ainda mais envolta de gestos simbólicos como esse, deve render desdobramentos políticos importantes. Espera-se que o encontro com Macron avance nos diálogos sobre acordos comerciais entre Mercosul e União Europeia, parcerias em inovação e cooperação ambiental.
Enquanto a oposição se contorce em narrativas domésticas cada vez mais desconectadas da realidade, o governo Lula pavimenta alianças estratégicas e recupera credibilidade. A imagem da Torre Eiffel verde e amarela será, nesse sentido, menos um espetáculo turístico e mais um marcador histórico do novo papel que o Brasil busca exercer no mundo.
O Carioca esclarece
Por que a Torre Eiffel será iluminada com as cores do Brasil?
A iluminação é um gesto simbólico de boas-vindas à visita de Luiz Inácio Lula da Silva, sinalizando respeito diplomático e reaproximação com o governo francês.
Qual o objetivo da viagem de Lula à França?
A agenda inclui encontros políticos, eventos acadêmicos, pautas ambientais e culturais, com foco na Conferência da ONU sobre os Oceanos e parcerias bilaterais.
Qual é o significado político da homenagem?
A iniciativa reforça o protagonismo internacional recuperado pelo Brasil sob Lula, após um período de isolamento diplomático durante o governo Bolsonaro.
A visita inclui outras cidades além de Paris?
Sim. Lula também terá compromissos em Nice, na Riviera Francesa, com foco em temas econômicos e ambientais.