Washington, 22 de julho de 2025 — O presidente da Câmara dos Representantes, aliado direto de Donald Trump, fechou os trabalhos da semana para barrar a votação sobre documentos que expõem ligações entre o ex-presidente e Jeffrey Epstein.
Câmara dos EUA silencia para proteger Trump
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, do Partido Republicano, decidiu encerrar as sessões legislativas antes do previsto e adiantou o recesso parlamentar para esta quarta-feira (23). A manobra visa impedir a votação que colocaria em pauta a liberação de arquivos relacionados ao esquema de tráfico sexual conduzido por Jeffrey Epstein — um caso que ameaça diretamente Donald Trump e sua sustentação política.
“Já chega de sermos ensinados sobre transparência”, declarou Johnson, ao justificar publicamente o fechamento antecipado dos trabalhos. A declaração escancara o desprezo da liderança republicana pela responsabilização pública e marca uma tentativa de blindagem escancarada do ex-presidente, citado diversas vezes em registros que conectam sua trajetória à de Epstein.
Racha republicano e ofensiva democrata
A decisão aprofundou o racha interno no Partido Republicano. De um lado, aliados incondicionais de Trump operam para sufocar qualquer tentativa de exposição. De outro, parlamentares conservadores exigem que a verdade venha à tona. “Crimes foram cometidos. Se não houver justiça, o povo vai se cansar disso”, afirmou a deputada Marjorie Taylor Greene, da Geórgia.
O congressista Ralph Norman, da Carolina do Sul, também rompeu com a orientação oficial do partido: “O povo americano merece ação, não desculpas”.
Do lado democrata, a reação foi imediata. Legisladores ameaçaram travar todas as pautas da maioria republicana caso a votação sobre os arquivos não ocorra, sinalizando que o caso Epstein pode se tornar o novo eixo de disputa política no Congresso dos EUA.
Maxwell entra em cena: delação em negociação
Enquanto os republicanos tentam conter danos, o Comitê de Supervisão da Câmara aprovou a convocação de Ghislaine Maxwell. Condenada a 20 anos por seu papel no esquema criminoso de Epstein, ela pode ser a peça-chave para desvelar a rede de proteção a abusadores sexuais entre a elite política e empresarial dos Estados Unidos.
Todd Blanche, vice-procurador-geral e antigo advogado de Trump, confirmou negociações com a defesa de Maxwell. “Se ela tiver informações relevantes sobre crimes contra vítimas, o FBI e o Departamento de Justiça ouvirão”, afirmou.
David Oscar Markus, advogado de Maxwell, reforçou o interesse da cliente em colaborar. “Ghislaine sempre testemunhará com sinceridade. Somos gratos ao presidente Trump por seu comprometimento em descobrir a verdade neste caso”, declarou, em tom que beira a bajulação política.
Perguntas e Respostas
Por que a votação sobre os arquivos de Epstein foi suspensa?
Porque a presidência da Câmara, controlada por aliados de Trump, antecipou o recesso parlamentar.
Quem são os principais atingidos pela divulgação dos documentos?
Donald Trump figura entre os nomes citados em registros antigos ligados aos crimes de Epstein.
Ghislaine Maxwell vai delatar?
A defesa confirma negociações com autoridades e indica que ela está disposta a colaborar.
Há divisão no Partido Republicano sobre o caso?
Sim. Alguns congressistas defendem transparência, enquanto outros querem encerrar o assunto.
Os democratas vão reagir?
Já ameaçam bloquear a pauta legislativa se a votação dos arquivos não for retomada.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		