Reinvenção Natural

Ogivas e navios da 2ª Guerra viram refúgio da vida marinha

Estudos revelam que depósitos de munições e embarcações afundadas servem hoje como habitat para espécies no Mar Báltico e nos EUA

JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
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Foto: Duke Marine Robotics e Remote Sensing Lab

Berlim/Durham, 28/09/2025 – Estruturas bélicas abandonadas após as grandes guerras do século XX estão sendo transformadas em berçários naturais.

Dois estudos divulgados na revista Nature mostram que tanto um depósito de munições da Segunda Guerra Mundial no Mar Báltico, quanto a chamada “Frota Fantasma” em Mallows Bay (EUA), se tornaram refúgios de vida marinha, desafiando expectativas sobre os impactos tóxicos desses ambientes.


Natureza reconquista territórios bélicos

Pesquisadores do Departamento de Investigação Marinha Senckenberg am Meer, na Alemanha, e da Universidade Duke, nos Estados Unidos, analisaram locais marcados por ogivas e embarcações afundadas. Apesar da presença de compostos explosivos como TNT e RDX, em concentrações que chegaram a 2,7 miligramas por litro, os cientistas observaram uma fauna abundante e adaptada.

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As estruturas metálicas serviram como substrato sólido, oferecendo abrigo e condições para o desenvolvimento de organismos bentônicos, em contraste com os fundos arenosos instáveis.


Risco e oportunidade

No Mar Báltico, as munições descartadas formaram um ecossistema peculiar, com alta densidade de espécies marinhas. Já em Mallows Bay, onde navios da Primeira Guerra foram propositalmente afundados nos anos 1920, a chamada “Frota Fantasma” tornou-se um dos maiores cemitérios navais do mundo e, hoje, uma reserva ecológica protegida.

Os pesquisadores reconhecem que a introdução de substratos artificiais pode alterar o equilíbrio dos ecossistemas e até favorecer espécies invasoras. Ainda assim, destacam que, em certos contextos, a presença dessas estruturas pode auxiliar na recuperação ambiental e na criação de habitats próximos às condições originais.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.