O ato realizado nesta terça-feira (7), em Brasília, para pedir anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, foi um fracasso de público. Convocado pelo pastor Silas Malafaia, o evento reuniu um grupo pequeno de apoiadores e contou com a presença de parlamentares da extrema-direita e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Malafaia afirmou que a “caminhada pela anistia” foi marcada em um dia de semana por falta de tempo para organizar um protesto maior no domingo. A intenção, segundo ele, seria pressionar a Câmara dos Deputados a discutir o tema. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve avaliar a proposta ainda nesta semana.
Tentativa de mobilização
Entre os participantes, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) tentou dar fôlego ao ato nas redes sociais. Ele publicou uma foto antiga do presidente Lula, em 1979, usando uma camiseta com a palavra “anistia”. “Que camisa maneira desse cara! Me fez lembrar que dia 7/10 às 16h tem caminhada pela anistia em Brasília”, escreveu o parlamentar, em tom de provocação.
Apesar da convocação, vídeos publicados nas redes sociais mostram o protesto esvaziado, com pouca adesão popular.
🇺🇸 Produtos e símbolos dos EUA dominam o ato
Um dos elementos mais chamativos da manifestação foi a forte presença de símbolos norte-americanos. Vendedores ofereceram camisetas e bandeiras com imagens de Jair Bolsonaro e Donald Trump lado a lado, acompanhadas do slogan “O Brasil grande novamente”, em referência ao lema de campanha de Trump.
Também havia camisetas da chamada Lei Magnitsky, vendidas por R$ 40, e blusas defendendo a reeleição de Trump em 2028, mesmo com o limite constitucional de dois mandatos nos Estados Unidos.
“A camiseta sai a R$ 60”, contou Luan Carlos, vendedor que levou os produtos de São Paulo a Brasília “na esperança de um público maior”.
Repercussão e desgaste interno
A exibição de bandeiras dos Estados Unidos e de mensagens pró-Trump causou desconforto até entre bolsonaristas. Críticos internos consideraram a simbologia um sinal de submissão política e lembraram que Trump impôs uma sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras.
O jornal The New York Times chegou a classificar a bandeira dos EUA como novo símbolo da direita brasileira, usada em atos políticos e manifestações de extrema-direita no país.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		