Três dias após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste domingo (14) sua prisão domiciliar para realizar exames médicos em Brasília.
Acompanhado por forte esquema de segurança, Bolsonaro chegou ao hospital às 8h e saiu às 13h50. O boletim médico divulgado apontou anemia por deficiência de ferro e resquícios de pneumonia recente.
Procedimentos e tratamento
Segundo os médicos responsáveis, Bolsonaro passou por um procedimento cirúrgico simples para retirada de oito lesões de pele, uma delas encaminhada para biópsia. Também recebeu aplicação de ferro por via endovenosa e seguirá em tratamento para hipertensão, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas contra broncoaspiração.
A defesa do ex-presidente deverá apresentar atestado médico ao STF em até 48 horas.
Forte aparato policial e manifestações
A operação contou com oito viaturas, revista em mochilas e varredura no hospital. Do lado de fora, cerca de 30 apoiadores vestidos de verde e amarelo entoaram cânticos religiosos, pediram anistia e cantaram o hino nacional.
Ao deixar o local, Bolsonaro apareceu com semblante abatido e curativo no pescoço, mas não falou com a imprensa.
Presença da família e críticas
Entre os familiares presentes estavam Jair Renan e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Em rede social, Carlos ironizou o esquema policial, afirmando que tratavam o pai como se fosse “fugir por uma janela”.
Histórico de saúde e implicações judiciais
A condição clínica de Bolsonaro segue frágil. Ele já enfrentou esofagite, gastrite, infecções pulmonares e complicações ligadas ao atentado a faca de 2018. Em abril, passou por uma cirurgia de 12 horas para reconstrução da parede abdominal. Também sofre de crises de soluço com vômitos frequentes.
A defesa deve usar esse quadro para reforçar pedido de cumprimento da pena em regime domiciliar. Enquanto o acórdão da condenação não é publicado, toda saída do ex-presidente depende de autorização judicial e é monitorada por agentes federais e militares.


