Rio de Janeiro – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) manifestaram-se contra a prisão do general Walter Braga Netto, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em publicação no X, antigo Twitter, no sábado (14), Bolsonaro questionou a legalidade da prisão, citando o fim do inquérito da Polícia Federal (PF) que investigava o caso.
“O inquérito foi concluído há mais de 10 dias, como alguém pode ser preso por obstruir investigações já encerradas?”, escreveu Bolsonaro. Já Mourão, também pelas redes sociais, afirmou que a decisão foi um “atropelo das normas legais” e defendeu Braga Netto, declarando que ele “não representa risco à ordem pública”.
Prisão de Braga Netto e operação da PF
O STF determinou a prisão preventiva de Braga Netto, suspeito de obstruir a justiça no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado de 2022. Segundo a PF, o general teria participado de reuniões que planejaram atos golpistas, incluindo um suposto atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
As investigações apontam que essas reuniões aconteceram na casa de Braga Netto, envolvendo núcleos bolsonaristas. A operação cumpriu ainda mandados de busca e apreensão e adotou outras medidas cautelares para evitar interferências no processo penal.
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Repercussão no meio político
A prisão de Braga Netto gerou forte reação entre apoiadores de Bolsonaro. Mourão, ex-vice-presidente de Bolsonaro, classificou a ação como excessiva e defendeu o general publicamente. Bolsonaro, por sua vez, enfatizou que a prisão ocorre em um contexto de investigações já encerradas, questionando sua necessidade.
Contexto do inquérito
O caso faz parte de uma ampla investigação sobre atos antidemocráticos de 2022. A PF identificou Braga Netto como figura central em reuniões que discutiram ações golpistas. As provas coletadas indicam um suposto plano de assassinato de líderes do governo e do Judiciário.