Brasília, 3 de agosto de 2025 — As manifestações convocadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (3), em pelo menos 15 capitais, registraram baixa adesão e ausência de lideranças políticas relevantes.
O ato, promovido contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo federal, evidenciou o isolamento político crescente do bolsonarismo, que enfrenta dificuldade de mobilização popular e perda de influência institucional.
A mobilização ocorreu após o endurecimento das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que mantém Bolsonaro impedido de participar de atos públicos e obrigado a permanecer em casa com tornozeleira eletrônica. Também influenciaram os protestos as críticas à política econômica de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos (EUA), cujas sanções comerciais têm afetado setores estratégicos no Brasil.
Baixa adesão nas capitais e ausência de lideranças
Apesar da convocação nacional, os atos foram marcados por praças esvaziadas, estrutura precária e poucos representantes políticos. Na Avenida Paulista, em São Paulo, não houve palanque central ou transmissão de vídeo do ex-presidente. A manifestação concentrou-se em discursos isolados de figuras como o pastor Silas Malafaia, com público que não chegou a ocupar três quarteirões.
Nenhum governador ou prefeito de capital esteve presente. Mesmo parlamentares bolsonaristas evitaram participação direta, ampliando a percepção de distanciamento institucional. Fontes do partido Republicanos relataram desgaste na base eleitoral e dificuldade em mobilizar caravanas do interior paulista.
Eduardo Bolsonaro é criticado após articulações com os EUA
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi alvo de críticas internas por sua atuação recente em apoio a sanções internacionais contra o Brasil, consideradas contraproducentes por lideranças do próprio campo conservador. Sua ausência nos atos, combinada com o fraco desempenho das manifestações, reforçou a percepção de perda de liderança e protagonismo.
“A estratégia de mobilização por meio de igrejas evangélicas e redes sociais já não surte o mesmo efeito. O movimento perdeu capilaridade política e emocional”, avaliou um cientista político ouvido pelo Diário Carioca.
Entenda as críticas ao recuo político de Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) passou a ser criticado mesmo entre aliados. Veja os principais pontos:
1. Por que Eduardo foi chamado de traidor?
Sua participação em articulações nos Estados Unidos (EUA), defendendo sanções econômicas ao Brasil, foi interpretada como contrária ao interesse nacional por setores conservadores e empresariais.
2. Qual o impacto de sua ausência nos atos?
A ausência de Eduardo Bolsonaro e demais lideranças enfraqueceu o alcance político da mobilização, gerando frustração entre apoiadores.
3. O Republicanos rompe com o bolsonarismo?
Fontes internas indicam que o partido avalia se afastar formalmente do campo bolsonarista. A decisão pode afetar alianças municipais e estaduais em 2026.
Bolsonarismo em retração institucional
A retração das manifestações revela um novo estágio da crise bolsonarista: a desmobilização das bases e o isolamento político em meio ao avanço das investigações que envolvem Jair Bolsonaro (PL). Prefeitos e lideranças religiosas relatam dificuldade em manter o engajamento, e o desgaste junto ao eleitorado evangélico se acentua.
Lideranças regionais que antes orbitavam o ex-presidente agora avaliam alternativas políticas diante da possibilidade real de prisão preventiva, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) entenda que houve descumprimento das medidas judiciais.