Brasília – Jair Bolsonaro virou réu por tentativa de golpe e o jornal francês Le Monde classificou o Brasil como uma “fábrica da democracia” por ter resistido à ruptura institucional. A publicação francesa afirma que o país se tornou um “laboratório da luta em defesa da democracia”, destacando os desdobramentos políticos e judiciais recentes.
Desde o fim de 2022, Bolsonaro é acusado de tentar anular as eleições e instaurar um estado de exceção. A Justiça brasileira já condenou centenas de envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, e novos julgamentos estão previstos para os próximos meses.
STF julga envolvidos no 8 de janeiro
A ofensiva da Justiça inclui mais de 500 condenações de pessoas envolvidas na invasão às sedes dos Três Poderes. Essas decisões foram tomadas pelo Supremo Tribunal Federal, que aplicou penas de até 17 anos de prisão. Os condenados tentaram provocar o caos para justificar uma intervenção militar.
Além disso, outros mil processos seguem em tramitação. Os magistrados investigam autores intelectuais, financiadores e incitadores da tentativa de golpe.
Generais e aliados de Bolsonaro viram réus
O caso não envolve apenas o ex-presidente. O Ministério Público Federal recomendou a denúncia de 33 pessoas por participação no plano golpista. A lista inclui 24 militares, entre eles seis generais e um almirante da Marinha.
Um dos nomes de destaque é o general Walter Souza Braga Netto, que ocupou os cargos de ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro. As denúncias atingem também integrantes do núcleo duro do ex-presidente.
Le Monde critica silêncio internacional
Para o Le Monde, é um erro ignorar o Brasil neste momento. O jornal ressalta que o país não deve ser esquecido após duas décadas marcadas por instabilidade política, recessão e escândalos. No entanto, afirma que a recente reação institucional mostra que o Brasil aprendeu com o passado.
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Além disso, destaca que países europeus, especialmente a França, devem observar com atenção os riscos da ascensão da extrema-direita. O artigo cita a condenação da líder francesa Marine Le Pen como um alerta.
Lula eleva o tom contra Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou abertamente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por tentar interferir nas instituições democráticas brasileiras. Em discurso feito em março, Lula pediu respeito mútuo entre os países.
Ele afirmou que não se intimida com ameaças e reforçou que o Brasil está pronto para se defender de ataques à democracia. Para o presidente, esse é um momento decisivo para garantir estabilidade institucional.
Democracia sob vigilância
O texto do Le Monde compara o atual momento do Brasil ao conceito de “democracia de combate” da Alemanha. Ou seja, um sistema que se protege ativamente contra ameaças internas. Para o jornal, o Brasil se destaca por sua capacidade de reagir e se fortalecer após momentos de tensão.
O país, segundo a publicação, vive tempos difíceis, mas avança como um símbolo de resistência democrática no cenário internacional.
Entenda o caso
- Jair Bolsonaro responde por tentativa de golpe e pode pegar até 43 anos de prisão
- STF já condenou mais de 500 envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023
- O MPF denunciou 33 suspeitos, entre eles generais e ex-ministros
- O presidente Lula reagiu a falas de Trump com críticas diretas
- O jornal Le Monde aponta o Brasil como modelo de defesa da democracia
