Planalto negocia Correios com grupo de Alcolumbre

Renúncia no comando da estatal e empréstimo do Banco dos BRICS aceleram articulação política do governo com aliados no Congresso

JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Davi Alcolumbre - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Brasília, 5 de julho de 2025 – O Palácio do Planalto avalia entregar o comando dos Correios a aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), após renúncia do atual dirigente. A mudança ocorre no momento em que a estatal se prepara para receber R$ 3,8 bilhões do Banco dos BRICS.


Governo articula apoio político com redistribuição estratégica

O Planalto já admite a possibilidade de transferir a presidência dos Correios para o grupo político vinculado a Davi Alcolumbre, numa tentativa clara de ampliar a base governista no Congresso. A informação foi publicada pelo jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles.

A articulação ganhou força após Fabiano Silva dos Santos, atual presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), entregar carta de renúncia ao cargo, abrindo caminho para reacomodações internas.


Reforço financeiro impulsiona decisão do Planalto

A movimentação acontece em um momento de alívio financeiro para a estatal. Segundo fontes do governo, os Correios devem receber um empréstimo de R$ 3,8 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff. O financiamento está em fase avançada de aprovação.

O recurso será fundamental para reverter o cenário crítico enfrentado pela empresa, que fechou o ano de 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. O aporte será destinado à recuperação operacional, modernização logística e reestruturação administrativa.


Alcolumbre ganha força no Congresso com apoio do Planalto

A entrega da presidência dos Correios à ala ligada a Alcolumbre faz parte da estratégia do governo para manter governabilidade diante de um Congresso fragmentado. O gesto simboliza um novo capítulo nas negociações com o Centrão, bloco que segue disputando espaços dentro da estrutura estatal.

Para o governo Lula, que preza pela estabilidade institucional e pela reconstrução dos serviços públicos, garantir apoio congressual é condição essencial para avançar reformas e ampliar políticas sociais.


O Diário Carioca Esclarece:

O que é o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)?
Fundado pelos países do BRICS, o NDB financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em economias emergentes. Atualmente é presidido por Dilma Rousseff e oferece alternativas ao sistema financeiro tradicional dominado pelo FMI.


FAQ – Perguntas Frequentes

Por que os Correios podem ser entregues ao grupo de Alcolumbre?
Porque a saída do atual presidente abriu espaço para negociações políticas com o Senado. O governo busca apoio legislativo em troca da indicação.

Como o empréstimo do BRICS pode ajudar os Correios?
Os R$ 3,8 bilhões permitirão que a estatal recupere seu equilíbrio financeiro, invista em logística e modernize serviços essenciais à população.

O que essa movimentação revela sobre a política atual?
Reflete a busca do governo Lula por estabilidade política e ampliação da base aliada, sem abrir mão da recuperação de empresas públicas estratégicas.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.