Manobristas

CPI do INSS é assumida por bolsonaristas após manobra da oposição

Oposição articula eleição de Carlos Viana como presidente e garante relatoria a Alfredo Gaspar, fortalecendo base do ex-presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre desvios bilionários.

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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
© Lula Marques/Agência Brasil

A CPI do INSS começou nesta quarta-feira (20) sob forte influência de parlamentares ligados a Jair Bolsonaro.

A oposição conseguiu uma manobra que garantiu a eleição do senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da comissão, derrotando a indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que havia sugerido Omar Aziz (PSD-AM) para o cargo.

Logo após assumir a presidência, Viana também conduziu a escolha do relator: o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alinhado ao bolsonarismo, garantindo que a investigação sobre os desvios no INSS seja conduzida por aliados do ex-presidente.

A escolha gerou críticas de setores da oposição, que alertam para possível proteção de políticos e interesses do governo anterior.

Criada em junho, a CPI investigará supostos desvios em benefícios do INSS, que podem chegar a R$ 6,3 bilhões, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU).

Os desvios envolvem associações e entidades que cobravam taxas não autorizadas e manipulavam cadastros para validar cobranças.

A comissão contará com 32 parlamentares titulares, divididos igualmente entre deputados e senadores, com forte presença do PL e de aliados do bolsonarismo, o que sinaliza o controle político da investigação.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.