sexta-feira, 21/11/25 - 03:18:47
20 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaCrise do Banco Master: O silêncio da direita e o risco aos...
Hipocrisia à Direita

Crise do Banco Master: O silêncio da direita e o risco aos servidores

Governadores Ibaneis, Castro e Tarcísio enfrentam escrutínio público após intervenção financeira expor conexões políticas e rombo bilionário em fundos de pensão.

O silêncio estridente ecoa nos corredores do poder. Enquanto a retórica punitivista da direita costuma mirar a base da pirâmide social, a recente intervenção no Banco Master e a prisão de seu controlador, Daniel Vorcaro, revelam um paradoxo moral no “andar de cima” da Faria Lima. A conexão entre instituições públicas estaduais e a Crise do Banco Master expõe não apenas a fragilidade do sistema financeiro, mas a cumplicidade silenciosa de governadores alinhados ao bolsonarismo.

A narrativa de austeridade fiscal colapsa quando confrontada com a gestão temerária de fundos públicos. O cidadão, frequentemente cobrado por sacrifícios, assiste agora ao desvelar de uma teia que liga decisões políticas a prejuízos bilionários. A transparência, pilar da democracia, torna-se a primeira vítima quando o capital especulativo se mistura à gestão estatal.

O Distrito Federal e a Conexão BRB

O Governador Ibaneis Rocha (MDB) encontra-se no centro de uma tempestade política e financeira. Rocha assistiu, em posição privilegiada, às negociações suspeitas entre o Banco Master e o BRB (Banco de Brasília), instituição controlada pelo Distrito Federal.

A inércia administrativa cobra seu preço. Rocha nomeou Paulo Henrique Costa para a presidência do banco estatal, um executivo que permaneceu no cargo até ser afastado por decisão judicial recente. A Polícia Federal estima que o escândalo possa atingir a cifra astronômica de R$ 12 bilhões, evidenciando uma falha sistêmica nos mecanismos de governança pública.

Mais Notícias

Lula deve escolher mulher para chefiar AGU

Movimento busca mitigar desgaste político após indicação de Jorge Messias ao Supremo; Analize Almeida e Isadora Cartaxo despontam como favoritas no Planalto.
O encontro entre Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro, realizado em São Paulo, teve como tema o combate ao crime organizado - (crédito: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução

O Drama do Rioprevidência

No Rio de Janeiro, a situação assume contornos dramáticos para o funcionalismo público. O Governador Cláudio Castro (PL) precisa esclarecer a exposição do Rioprevidência aos títulos podres da instituição sob intervenção. O fundo, responsável pela subsistência de milhares de aposentados e pensionistas, realizou compras massivas de papéis do Banco Master.

O Deputado Estadual Luiz Paulo (PSD) denunciou a manobra, alertando para o risco iminente de calote. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) chegou a proibir novas aquisições, uma determinação que teria sido ignorada.

O Impacto nos Cofres Públicos

Ente Federativo/FundoRisco Estimado / ExposiçãoResponsável Político
Distrito Federal (BRB)R$ 12 Bilhões (Investigação PF)Gov. Ibaneis Rocha
Rio de Janeiro (Rioprevidência)R$ 980 mi a R$ 2,6 BilhõesGov. Cláudio Castro
Fundos Municipais (Diversos)R$ 1,7 Bilhão (Estimativa)Gestões Locais

A responsabilidade é direta e intransferível. O Governador Cláudio Castro detém a prerrogativa de nomear a presidência e a diretoria do Rioprevidência, tornando a gestão do fundo um reflexo de sua administração.

A Movimentação Legislativa em São Paulo

O Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) enfrenta questionamentos sobre o timing de manobras legislativas em meio à Crise do Banco Master. A atenção recai sobre o Secretário de Segurança Pública, Capitão Guilherme Derrite (Progressistas).

Derrite atuou como relator de um projeto de lei antifacção, tentando emparedar a Polícia e a Receita Federal. A ação ocorreu justamente no momento em que os órgãos de controle fechavam o cerco contra grupos criminosos operando na Faria Lima. A proposta, apelidada de “PEC da Bandidagem 2.0”, gerou protestos e forçou um recuo estratégico, mas a dúvida sobre a motivação permanece.

O Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), também deve explicações à sociedade pela nomeação de Derrite e pela tentativa de tramitação acelerada da proposta.

O Efeito Multiplicador na Economia Real

A liquidação extrajudicial do conglomerado de Daniel Vorcaro gera ondas de choque que ultrapassam o setor bancário. O Professor Hugo Garbe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, alerta para a exposição crítica dos fundos de previdência.

A ausência de cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para Letras Financeiras deixa os servidores vulneráveis. “Juntos, esses fundos aplicaram aproximadamente R$ 1,7 bilhão nesses títulos”, destaca Garbe. Este valor deve ser encarado como o piso do prejuízo, não o teto.

Municípios na Mira do Prejuízo

A lista de administrações que apostaram no Banco Master é extensa e preocupante. Além do estado do Rio de Janeiro, fundos municipais de Cajamar, São Roque, Aparecida de Goiânia, Araras e Santo Antônio de Posse enfrentam perdas significativas. A capital alagoana, Maceió, também pode engrossar a estatística do desastre financeiro.

Projeção de Cenário

A Crise do Banco Master não é um acidente isolado; é sintoma de um modelo de governança onde o risco é socializado e o lucro, privatizado. O silêncio dos governadores de direita, que se elegeram sob a bandeira da moralidade administrativa, soa agora como uma confissão de negligência.

Shutterstock

Resta à sociedade civil e às instituições de justiça a tarefa de exigir a recomposição dos cofres públicos. Sem uma responsabilização severa dos agentes políticos que permitiram essa exposição ao risco, o trabalhador brasileiro continuará sendo o fiador involuntário de aventuras financeiras irresponsáveis.

JR Vital
JR Vitalhttps://diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Lula deve escolher mulher para chefiar AGU

Movimento busca mitigar desgaste político após indicação de Jorge Messias ao Supremo; Analize Almeida e Isadora Cartaxo despontam como favoritas no Planalto.

Definido: Lula indica Jorge Messias para vaga de Barroso no STF

Advogado-geral da União é indicado para o Supremo Tribunal Federal em decisão oficializada no Palácio da Alvorada

Câmara ignora STF e facilita voto de Ramagem foragido nos EUA

O escândalo da fuga e voto remoto expõe a fragilidade da Justiça e o acobertamento político de um condenado.

Fuga de Ramagem expõe licença médica suspeita e omissão à Câmara

Deputado usou atestados para se afastar, não comunicou viagem aos EUA e segue atuando como se estivesse no Brasil.

Mais Notícias

Recomendadas