São Paulo, 25 de julho de 2025 — O Movimento Brasil Livre planeja lançar Danilo Gentili à Presidência da República e Kim Kataguiri ao governo de São Paulo nas eleições de 2026, em meio ao processo de formalização de seu novo partido, o Missão.
MBL aposta em outsider midiático e discurso radicalizado
O MBL volta ao centro do debate político nacional ao anunciar publicamente sua intenção de disputar cargos majoritários em 2026 com rostos conhecidos e discurso reposicionado. O apresentador Danilo Gentili, símbolo da militância digital antipetista e antissistema, é o nome ventilado para disputar a Presidência da República, enquanto o deputado federal Kim Kataguiri tentará o governo de São Paulo, principal colégio eleitoral do país.
O partido “Missão”, fundado pelo grupo, afirma já ter validado mais de 575 mil assinaturas no TSE, ultrapassando o número mínimo exigido para registro oficial. Ainda assim, enfrenta uma corrida contra o tempo: o prazo final para obtenção do registro é abril de 2026.
Missão: a direita que rejeita Bolsonaro
A principal aposta do MBL está na tentativa de consolidar uma nova direita, supostamente desvinculada do bolsonarismo e com inspiração em líderes autoritários da América Latina, como Javier Milei (Argentina) e Nayib Bukele (El Salvador). O coordenador nacional do movimento, Renan Santos, afirmou que a legenda quer ocupar um espaço entre a direita tradicional e a esquerda, defendendo uma “reforma constitucional profunda”.
A retórica de “direita anti-Bolsonaro” visa capturar um eleitorado jovem, digitalmente engajado e cansado do fisiologismo do bolsonarismo, mas igualmente hostil aos avanços sociais promovidos pelos governos progressistas.
Gentili mantém ambiguidade, mas endossa o projeto
Apesar de evitar confirmar sua candidatura, Danilo Gentili não poupou elogios ao esforço do grupo. “A Presidência da República é algo sério. Não é algo pra ser feito por vaidade ou por interesse próprio”, afirmou, em tom calculado. Ainda assim, alfinetou Jair Bolsonaro ao destacar: “Nem Bolsonaro conseguiu criar um partido, [mas] eles sim”.
A declaração de Gentili tem dupla função: sublinhar a eficácia organizativa do MBL e marcar distância do ex-presidente, ainda inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
Expansão nacional é meta, mas obstáculos são múltiplos
Além de disputar a Presidência e o governo paulista, o MBL pretende lançar candidaturas aos governos estaduais e ampliar sua presença nas câmaras municipais. A tática envolve nomes midiáticos, com discurso disruptivo e forte presença digital.
No entanto, o grupo enfrenta desconfiança entre setores da direita tradicional e limitações estruturais evidentes. A principal delas é a dependência de figuras públicas com baixa densidade eleitoral comprovada. Além disso, a retórica agressiva e o estilo performático podem dificultar alianças e consolidar a imagem de um partido limitado ao ambiente digital.
Perguntas e Respostas
O MBL já tem um partido registrado oficialmente?
Ainda não. O grupo afirma ter mais de 575 mil assinaturas validadas no TSE, mas precisa concluir o processo de registro até abril de 2026.
Danilo Gentili será mesmo candidato à Presidência?
Gentili não confirmou a candidatura, mas apoia o projeto do partido Missão e elogiou a capacidade de organização do grupo.
Qual é o posicionamento ideológico do novo partido?
O Missão se apresenta como uma direita liberal “anti-Bolsonaro”, com pautas radicais de reforma institucional e inspiração em líderes autoritários estrangeiros.
Quais cargos o MBL pretende disputar em 2026?
A legenda planeja disputar a Presidência, governos estaduais — como o de São Paulo com Kim Kataguiri — e cadeiras nas câmaras municipais.
Quem está à frente da articulação política do Missão?
Renan Santos, coordenador nacional do MBL, é o principal articulador da estratégia partidária e eleitoral.
