Desvendar Mistérios

Dino aciona PF para investigar R$ 694 milhões em emendas Pix sem justificativa

Ministro do STF aponta risco de irregularidades e determina que TCU detalhe repasses a estados e municípios antes de abertura de inquéritos

Evaristo de Paula
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Evaristo De Paula
Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação
Flávio Dino - © Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, ordenou neste domingo (24) que a Polícia Federal investigue a aplicação de R$ 694,6 milhões em emendas Pix que ainda não têm plano de trabalho registrado.

Dino avaliou que a situação configura descumprimento parcial de decisão judicial, já que prefeitos e governos estaduais deveriam detalhar a destinação dos recursos recebidos por indicação de deputados e senadores.


O que são as emendas Pix

As chamadas emendas Pix permitem que parlamentares enviem verbas diretamente para estados e municípios, sem a obrigatoriedade inicial de vinculação a projetos específicos. Pela decisão do STF, porém, os beneficiários precisam apresentar relatórios explicando o uso do dinheiro.

Apesar da redução do número de pendências nos últimos meses, Dino destacou que ainda existem 964 repasses sem justificativa, somando quase R$ 700 milhões.


Risco de irregularidades

Segundo o ministro, a ausência dos planos compromete a transparência e abre margem para uso indevido de recursos públicos. Ele determinou que o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo, apresente um detalhamento individual das emendas, identificando os estados e municípios envolvidos.

Essas informações deverão ser encaminhadas às superintendências da Polícia Federal, que deverão instaurar inquéritos para apurar se houve negligência, má gestão ou corrupção.


Contexto

As emendas Pix se tornaram um dos mecanismos mais usados pelo Congresso pela rapidez na liberação dos valores. Porém, a falta de regras de fiscalização e de relatórios de aplicação é alvo de críticas de órgãos de controle e do próprio Judiciário.

Com a determinação de Dino, a apuração pode atingir diretamente parlamentares, prefeitos e governadores que receberam recursos sem comprovar a destinação.

Evaristo de Paula é jornalista e redator de Política no www.diariocarioca.com, atuou em vários veículos de comunicação